ONU: homicídios cometidos por PM não são investigados

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Por Luciana Nunes Leal
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O relator das Organizações das Nações Unidas (ONU) para execuções sumárias, Philip Alston, disse hoje que assassinatos cometidos por agentes da Polícia Militar (PM) não são investigados pela Polícia Civil e se escondem sob o argumento de que foram respostas à resistência de criminosos. "Os autos de resistência são eufemismos para execuções extrajudiciais cometidas por policiais", afirmou Alston em seu último dia de visita ao Brasil. O relator fez duras críticas à operação policial no Complexo do Alemão, no Rio, que resultou na morte de vinte moradores em 27 de junho. Alston atacou diretamente a política de segurança do governador Sérgio Cabral (PMDB). Ele informou que perguntou às autoridades do Estado os motivos da operação e disse não ter recebido nenhuma resposta convincente. "Tive que concluir que a operação foi conduzida por razões políticas, para mostrar que o governo é duro com o crime. Na realidade, o que deveria ter ali era um programa social e comunitário." Philip Alston afirmou ter ficado chocado com a situação dos presídios do País, que classificou como "escolas para o crime". Em um pronunciamento que resumiu a visita de onze dias ao Brasil, o relator da ONU fez oito recomendações ao poder público, entre as quais, investigações criteriosas com o acompanhamento do Ministério Público (MP) nas mortes cometidas por policiais.

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