Quatro homens e um adolescente morreram nesta sexta-feira, 24, durante uma operação policial contra o crime organizado nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, informou a polícia.
Cerca de 500 policiais e 12 veículos blindados, apoiados por dois helicópteros e vários drones, ingressaram pela manhã nos complexos do Alemão e da Penha, em uma operação cujo objetivo era “controlar ações de criminosos e combater o roubo de veículos e cargas na região metropolitana”, conforme a Polícia Militar fluminense.

A Polícia Civil afirmou que vai investigar as mortes durante a ação da PM. Um policial foi atingido por um disparo e levado ao Hospital Getúlio Vargas. “Seu estado de saúde é grave”, informou a corporação.
Segundo a TV Globo, um dos mortos durante a operação é Carlos André Vasconcelos, de 35 anos, que foi vítima de uma bala perdida quando estava no BRT da Penha. Ele era jardineiro do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), que lamentou a tragédia, em nota.
Durante a troca de tiros, alguns moradores da área colocaram um cobertor sobre um dos corpos. Outros tentavam remover um ferido em um carrinho de supermercado.
A polícia encontrou um desmanche de veículos roubados, “um imóvel com cerca de uma tonelada de entorpecentes” e muitas armas. Também deteve “dois suspeitos” e um homem que havia fugido de uma penitenciária.
As operações policiais contra o crime organizado são frequentes nas comunidades do Rio, onde os agentes costumam ser recebidos a tiros pelos traficantes e a população sofre em meio ao fogo cruzado.
Especialistas e organizações de direitos humanos criticam este tipo de abordagem, sob argumento de que a estratégia tem baixa eficácia contra as facções criminosas.
Durante as duas primeiras semanas de 2025, oito pessoas morreram em trocas de tiros durante ações policiais na região metropolitana do Rio, segundo a ONG Fogo Cruzado. / COM AFP