Um grupo de dez famílias de Gravataí, na Grande Porto Alegre, vai morar em 16 contêineres nos próximos seis meses. Elas foram transferidas ontem de uma ocupação irregular às "casas" provisórias para que o governo federal possa executar uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O projeto prevê a retirada de moradores de zona de risco, a recuperação do manancial e das margens, a urbanização da região e a construção de 31 prédios, com 496 apartamentos, que serão entregues de graça para famílias de seis bairros pobres, entre as quais, as que estão nos contêineres, a um custo de R$ 30 milhões aos cofres públicos. As primeiras beneficiadas com as novas moradias serão as famílias que tiveram de ser deslocadas. O secretário municipal de Captação de Recursos, Calebe Guimarães, admite que as condições de habitação dentro dos caixotes metálicos não são as ideais. Mas lembra que o uso de contêineres é provisório e não é inédito. "As empresas costumam fazer isso para abrigar seu pessoal quando iniciam obras em regiões distantes", compara. Os contêineres tem 2,44 metros de largura por 6 de comprimento, duas janelas, banheiro, energia elétrica e rede de esgoto, algo que não dispunham nos casebres à beira do arroio. Algumas famílias reclamaram da transferência, alegando que só aceitaram por medo de serem despejadas dos casebres. A prefeitura também oferecia a possibilidade de mudança para residências alugadas, mas em locais distantes, e seis famílias aceitaram. As dez famílias que optaram pelos contêineres levaram em conta a proximidade da escola dos filhos e o fato de constituírem uma comunidade para continuarem morando perto umas das outras.
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