As obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) devem começar com quase 5 mil remoções de casas nas favelas do Rio de Janeiro. A previsão da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop) é que 2.620 famílias serão removidas do Complexo do Alemão e 1.774 do Complexo de Manguinhos, ambos na zona norte. Na Favela da Rocinha, em São Conrado, na zona sul, 428 casas serão demolidas. As 4.822 moradias estariam no caminho do alargamento das ruas ou situadas em áreas de risco. A primeira etapa das obras busca estabelecer limites para o crescimento das favelas. A Rocinha, por exemplo, será cercada com ruas. Além de conter a expansão, a abertura de vias facilitaria o acesso dos serviços do Estado, inclusive as incursões da polícia. As negociações com os moradores que serão removidos começam na próxima semana, segundo a Emop. A primeira opção que o governo oferecerá será o aluguel de uma casa dentro da comunidade. A segunda será um apartamento nos prédios que serão erguidos e a última, e menos provável opção, segundo técnicos da empresa, é a indenização. Os arquitetos correm contra o tempo para finalizar os projetos. O Plano Diretor da Rocinha ainda não está finalizado. Nesta terça-feira, 11, apenas um trator com um funcionário do governo estadual estava no canteiro de obras improvisado em uma garagem de ônibus. O presidente da Associação de Moradores da Rocinha, Luiz Claudio Oliveira, informou que nada sabia sobre as futuras demolições. "Ainda não fomos informados sobre nada, mas acho que é porque a obra está começando", afirmou. Na última sexta-feira, 29, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na Rocinha para anunciar o início das obras do PAC. Em discurso na favela, ele disse que "a polícia não pode entrar (nas comunidades) batendo em todo mundo", porque seria assumir que na favela "todos são bandidos". Também nas favelas do Alemão e Manguinhos, as empresas vencedoras da licitação começaram segunda-feira, 10, a construir seus canteiros.