As negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), que se arrastam desde 2001, podem chegar a uma conclusão favorável em breve, avaliam os líderes dos Estados Unidos e Grã-Bretanha. A avaliação foi feita pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e pelo premiê britânico, Gordon Brown, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de encontros nesta quarta-feira durante a reunião de cúpula do G8 realizada na ilha de Hokkaido, no Japão. A Rodada foi o principal destaque das conversas mantidas por Lula pela manhã com Bush, e com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, pela tarde. Bush teria afirmado a Lula a disposição para um acordo rápido nas negociações da Rodada Doha e prometeu vetar a nova lei agrícola americana aprovada pelo Congresso, que prevê o aumento dos subsídios à agricultura. Brasil e Índia, que representam os países em desenvolvimento nas negociações, querem dos países ricos um compromisso para a redução de subsídios agrícolas e das barreiras à importação de produtos agrícolas. Em contrapartida, os países ricos exigem uma abertura dos mercados dos países desenvolvidos nas áreas de serviços e de produtos industrializados. Grã-Bretanha À tarde, após a reunião entre Lula e Brown, os dois divulgaram um comunicado conjunto dizendo que seus dois países "coincidem na avaliação de que um sistema global de comércio aberto trará prosperidade para todos os países do mundo e ajudará a tirar milhões de pessoas da pobreza". "Nós acreditamos firmemente que, em uma época de incerteza econômica em escala global e altos preços de alimentos, o que precisamos fazer é abrir mercados e expandir o comércio, e não recorrer ao protecionismo", diz o texto conjunto. Os dois líderes disseram acreditar que "após meses de trabalho duro e negociações minuciosas, estamos mais perto do que nunca de um acordo". "Mas a janela de oportunidade para alcançar este acordo é pequena e está se fechando", dizem eles no comunicado. Eles pediram ainda que a reunião ministerial da OMC, marcada para o dia 21 de julho, consiga chegar a um acordo "ao mesmo tempo equilibrado e voltado para o desenvolvimento". "Não vamos perder a oportunidade", disseram. Apesar do otimismo, a possibilidade de um acordo rápido é vista como pequena, já que o presidente George W. Bush, cujo mandato termina em janeiro, estaria enfraquecido para apresentar concessões que permitam um acordo. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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