Na semana em que se completa um ano do acidente com o Airbus A320 da TAM, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou hoje que o Aeroporto Internacional de Congonhas, na zona sul de São Paulo, vive, atualmente, uma situação de segurança "absoluta". Jobim disse que, provavelmente até o fim do mês, deverá ser divulgado o relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que apura as causas da tragédia. No acidente com o vôo 3054, morreram 199 pessoas. O maior acidente da aviação civil brasileira completa um ano na quinta-feira. Sobre se as intervenções feitas no terminal de Congonhas foram suficientes para certificar a segurança, ele foi enfático na defesa das medidas adotadas pelo governo, citando a redução dos pousos e decolagens e a transferência de vôos para o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na Grande São Paulo. "A situação de segurança no Aeroporto de Congonhas é absoluta. Nós reduzimos os slots de Congonhas de 48 para 34 pousos e decolagens a cada hora - 30 para a aviação regular, normal, e quatro para a aviação geral, que são os táxis aéreos, empresas de táxis, os executivos", disse Jobim, para quem houve uma houve uma "redução importante" no volume de passageiros com a transferência de vôos para Guarulhos. O ministro da Defesa assumiu o cargo em agosto, prometendo um choque de gestão no setor aéreo. Em janeiro, as restrições impostas em Congonhas pelas autoridades começaram a ser revistas. Em reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo ontem, o diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) Carlos Camacho afirmou que os perigos e riscos para operações no aeroporto permanecem. Meta Na avaliação de Jobim, porém, a meta traçada quando assumiu o ministério, de retomar a segurança nos aeroportos após a crise aérea, foi alcançada. "Agora, nós estamos, claramente, ainda num processo de melhoria das condições infra-estruturais e também das condições de responsabilidade das empresas para atender os outros dois pilares da questão aérea: regularidade e pontualidade", afirmou. Até o fim do mês, o laudo final do Cenipa deverá ser divulgado, de acordo com o ministro, que destacou que o órgão não é competente para apurar responsabilidades. A partir da apuração, o Cenipa faz recomendações de segurança de vôo. "É o órgão competente para verificar as causas do acidente e possibilitar que isso não se repita, ou seja, baixar determinações para evitar isso. Eu creio que, dentro de pouco tempo, provavelmente, dentro ainda este mês, nós teremos o relatório final." Jobim e a diretoria da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) participaram hoje, em Belo Horizonte, da assinatura de um protocolo de intenções com o governo de Minas Gerais para a construção da primeira fase de um aeroporto industrial no Terminal Internacional do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, na Grande Belo Horizonte.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.
Notícias em alta | Brasil
Veja mais em brasil