Para Vale, MST busca 'chamar a atenção da imprensa'

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Por ALESSANDRA SARAIVA
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O diretor de Meio Ambiente e de Projetos Institucionais da Companhia Vale do Rio Doce, Walter Cover, afirmou que os protestos e invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) às instalações da empresa têm como objetivo chamar atenção da imprensa. "A Vale é uma grande empresa. Isso (os atos do MST) garante exposição certa na mídia para o movimento", afirmou o executivo. "Esses atos, na verdade, são apenas para chamar atenção da imprensa", disse. Ele rebateu as declarações de um dos dirigentes do MST, João Pedro Stedile, que classificou como "medida desesperada" a liminar concedida ontem pela Justiça do Rio à Vale - que proíbe a entidade e Stedile de incitarem ou provocarem ações que causem prejuízo às instalações da empresa, ou em interrupção de atividades da mineradora. Para o executivo, a liminar foi "uma decisão emblemática da Justiça", e que segue rigorosamente a lei. "A Vale não tem nenhum tipo de resistência a manifestações ou ações de cunho ideológico que sejam pacíficas", disse, acrescentando que as ações do MST são violentas e geram depredação das instalações da empresa. Na avaliação do diretor, o MST precisa chamar atenção da mídia por ter perdido várias "bandeiras ideológicas" nos últimos anos, como a questão da reforma agrária e a reestatização da Vale. Por isso, a organização teria recorrido às ações contra a mineradora. Cover afirmou ainda que as ações do MST podem estar encobrindo as ações de outras entidades, visto que as atividades da organização, quando promovem incursões nas instalações da Vale ou na Estrada de Ferro Carajás (EFC), no Pará, demandam montante de recursos acima das possibilidades do movimento. Ele preferiu não citar nomes sobre quais organizações poderiam estar por trás das ações do MST. O executivo confirmou ainda que um dos motivos pelos quais a Vale pediu a liminar na Justiça foi o anúncio, por meio da imprensa e de panfletagem, de uma grande manifestação do MST nas instalações da EFC para o início de abril. Ele informou que a empresa não pretende reforçar medidas de segurança tendo em vista a possibilidade de novas invasões. "O papel de manter a ordem, a segurança e evitar a depredação é do Estado", afirmou.

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