Pastel da Maria vende mais e vira 'atração turística'

Sucesso já preocupa concorrentes

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Por Elvis Pereira e SÃO PAULO

Saboroso e, agora, disputadíssimo. A conquista do título de melhor pastel de São Paulo, em concurso organizado pela Prefeitura, atraiu, ontem, milhares de pessoas para as duas barracas da Maria, nas zonas norte e oeste. A ganhadora, a japonesa Maria Kuniko Yohaha, de 57 anos, calcula ter vendido 3 mil pastéis. A média anterior era de 1,6 mil. O sucesso animou outros feirantes, mas também preocupou concorrentes. Após a eleição, Maria ficou fora do trabalho por um dia e só ontem retornou. Ao menos, tentou. A todo instante, clientes aproximavam-se para cumprimentá-la. "Quando minha netinha de 9 anos a viu na TV, falou: "Cresci comendo o pastel da dona Maria"", contava a aposentada Inês da Silva, de 60 anos, à pasteleira, na feira livre da Rua Capitão Manuel Novaes, em Santana. Ao encontrar o ator João Mello, de 71 anos, a japonesa falou do efeito da fama. "A ficha não caiu ainda. A fama é boa, mas exige muito sacrifício. O telefone não para de tocar. Só fiz duas refeições desde segunda", disse. "Mas tenho de aproveitar os 15 minutos de fama." Até ontem, ela não havia ido sacar os R$ 8 mil do prêmio. "Aquele cheque enorme está encostado lá em casa."O movimento intenso de clientes repetia-se na segunda barraca da Maria, na Rua Caiovás, em Perdizes. Grávida, Raquel Pirutti, de 32 anos, e o marido, Osvaldo, de 28, saíram de Pirituba, na zona norte, só para experimentar o pastel. "Assim que vi na televisão, fiquei com desejo. Levamos uns 25 minutos para chegar aqui", disse ela. Enquanto Maria comemorava, os demais pasteleiros da Caiovás lamentavam. "Vendi pelo menos 30% a menos", estimou a concorrente Regina Aiko. "Talvez em duas, três semanas termine esse efeito", opinou a dona de outra barraca, Regina Uehara. Já o feirante Hércules de Almeida, de 29 anos, aproveitou a fama da vizinha. "Todo mundo vai ficar fofinho comendo o pastel da Maria", gritava, na tentativa de chamar a atenção de quem passava.

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