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Opinião | As três principais dúvidas, no Twitter, sobre o novo estadão.com.br

No momento em que o novo estadão.com.br foi ao ar, ontem às 21h, nós todos aqui fomos ao Twitter ouvir. Há várias críticas pertinentes por lá - várias delas já sendo endereçadas pela equipe técnica que não parou um minuto, durante a madrugada, de trabalhar.

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Por Fernando Nakagawa e Twitter @fnakagawa
Atualização:

Três dúvidas são tão comuns que é importante endereçá-las.

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A primeira varia em muitas formas mas tem em comum uma busca por referências: qual a origem do layout do site? O espanhol El País? O americano New York Times? O francês Le Monde? Um dos leitores chegou a inventar uma hash tag só para o redesenho. É, por assim dizer, um layout #queroSerTheGuardian.

Ele não está longe da verdade, não.

No design contemporâneo de sites jornalísticos, existem três escolas. A americana, a escandinava e a europeia.

Os sites escandinavos são confusos: muita informação, muita imagem, muitas cores, o que há de mais recente entra em cima e empurra o mais velho para baixo.

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Os americanos são intimamente ligados ao jornal de papel, cuja aparência buscam emular na tela. Deles, o destaque é certamente o site do New York Times, com uma interface simples porém sofisticadíssimo do ponto de vista da arquitetura de informação.

Nós optamos pela escola europeia - quem viu traços de El País ou Le Monde está certo. Embora busque uma identidade visual com o jornal impresso, a informação é organizada com a web em mente. Por isso a organização em duas colunas principais com o noticiário, à esquerda o que for importante (hard news) e, à direita, o interessante (soft news). Além de organizar, permite uma edição mais variada de conteúdo.

Os leitores mais atentos pinçaram jornais britânicos - The Guardian, The Times. Eles formam uma sub-escola dentre os europeus. A mesma divisão ao topo, mas no pé caixas com o material mais recente de várias editorias. E, espalhado pelo site, faixas horizontais com 'destaques do editor'.

Do ponto de vista de como se organiza a informação, os jornais britânicos em geral, o Guardian em particular, serviram como nossa principal referência.

Logo em segundo salta uma reclamação e uma cobrança: onde está o 'Estadão de Hoje' e a dificuldade de acessar a edição digital - versão completa do jornal impresso.

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Até por seguir este conceito europeu de sites, o estadão.com.br não pretende ser uma versão online do jornal. Boa parte do conteúdo impresso está no site - mas chamado segundo a lógica de edição da web. É por isso que não reproduzimos uma lista do conteúdo tal qual foi organizado no papel. O 'Estadão de Hoje' não existe mais - embora seu conteúdo ainda esteja online, misturado com o material produzido para a web, de forma a melhor informar nossos leitores.

Para quem gostaria de ter acesso à versão feita para o papel na internet, existe a edição digital. Estamos com problemas já detectados que devem ser resolvidos nas próximas horas.

O terceiro comentário mais frequente é uma pergunta: que cavalinho é este? É a versão modernizada de nosso Ex-Libris, o selo da biblioteca do Estado de S. Paulo. No cavalo está Bernard Gregoire, o francês que circulava São Paulo, em finais do século 19, gritando as notícias e oferecendo o jornal à venda.

Está ali para que lembremos, aqui na redação, da história do jornal. E é um bocado de história.

Opinião por Fernando Nakagawa
Twitter @fnakagawa
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