A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira, 6, no município da Lapa, na região metropolitana de Curitiba, o médico Luís Lauro Lacks, de 55 anos, acusado de cobrar por cirurgias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que deveriam ser gratuitas, além de falsificar guias de internação. O médico, que já respondia a procedimento administrativo instaurado pelo hospital público em que trabalhava, negou as acusações. Ele estava afastado do hospital desde abril, mas continuava trabalhando em uma clínica particular. De acordo com a PF, as denúncias contra Lacks foram feitas pela direção do Hospital São Sebastião, onde ele trabalhava desde 1976 como médico formado. Alguns pacientes também procuraram a polícia para reclamar de cobrança de cirurgias que deveriam ser cobertas pelo SUS. De acordo com o delegado Fernando Francisquini, algumas denúncias são de que as exigências chegavam a interferir na atividade médica. "De um dos pacientes que foram ouvidos por nós só foi retirada metade dos pontos de uma cirurgia até ele pagar todo o restante que devia ao médico", disse. A PF realizou ainda busca e apreensão no hospital, na clínica e em duas residências do médico. Entre os documentos apreendidos, alguns mostram listagem com pacientes e valores que, supostamente, seriam os pagos pelos procedimentos médicos, embora também conste, na mesma lista, que eram custeados pelo SUS. Ao chegar à Superintendência da PF em Curitiba, Lacks disse que é servidor público. "Como é que ia falsificar guias se não ganho nem por serviços prestados ao SUS?" questionou. Segundo ele, tudo não passa de calúnia. "Vai ser provado na Justiça minha inocência e aí tomaremos as providências", afirmou.