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PIB dos EUA reage e cresce 5,7%

Anualizada, a alta no 4.º trimestre foi a maior em 6 anos, mas no ano houve a pior queda desde 1946, de 2,4%

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O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 5,7% no último trimestre de 2009, o maior crescimento dos últimos seis anos. O crescimento, em números anualizados, superou as expectativas dos analistas, de 4,8%. Mas o PIB avançou, principalmente, por causa da desaceleração na redução de estoques, e não por um aumento do consumo ou investimentos, o que deixou analistas ainda um pouco cautelosos. Para a conselheira econômica da Casa Branca, Christina Romer, os resultados do PIB "são a notícia mais positiva que tivemos até agora". Os economistas, no entanto, foram menos eufóricos. "Ainda é cedo demais para abrir champanhe e dizer: recuperação cumprida", disse Josh Bivens, economista do Economic Policy Institute. "Esse crescimento não será sustentado, porque veio em grande parte de recomposição de estoques que não se repetirá nos próximos trimestres", disseCom a recessão, a produção industrial americana caiu muito porque as fábricas ficaram com estoques muito altos, com a falta de demanda, e começaram a reduzi-los. No terceiro trimestre de 2009, os estoques foram reduzidos em US$ 139,2 bilhões e no segundo, US$ 160,2 bilhões. No quarto trimestre do ano passado, a redução foi bem menor, de US$ 33 bilhões - e isso colaborou com 3,39 pontos porcentuais no crescimento do Produto Interno Bruto. Foi o segundo trimestre seguido de crescimento do PIB. No terceiro, a economia avançou 2,2%. Mas no ano de 2009, a economia dos Estados Unidos ainda fechou no vermelho, com recuo de 2,4% no PIB, maior queda desde 1946, quando encolheu 10%. O PIB americano cresceu 0,4% em 2008 e 2,1% em 2007.O consumo, principal combustível da economia, responsável por dois terços do PIB, subiu 2% no último trimestre. O número ficou aquém dos 2,8% do terceiro trimestre, quando estava em vigor o incentivo fiscal do governo para troca de veículos velhos por automóveis novos e não-poluidores (cash for clunkers)."O consumo das famílias está se expandindo a uma taxa moderada, mas continua limitado por causa do mercado de trabalho fraco, ganho de renda pequeno, menor patrimônio imobiliário e crédito apertado", dizia a ata do comitê de mercado aberto do Fed desta semana. Os últimos indicadores mostram que a economia eliminou 208 mil vagas na semana passada, elevando o desemprego para 10%. Enquanto o mercado de trabalho se mantiver fraco , os consumidores vão continuar relutando para abrir a carteira. Recuperação puxada por consumo ou investimento é considerada mais firme do que a dependente em recomposição de estoques. Para Nigel Gault, economista-chefe de Estados Unidos da IHS Global Insight, o crescimento do último trimestre não indica que o Produto Interno Bruto americano vá crescer nesse ritmo em 2010. "Uma mudança de estoque desse tamanho só ocorre uma vez, continuamos prevendo crescimento da economia entre 2,5% e 3% em 2010, historicamente fraco."INFLAÇÃOO Departamento de Comércio também divulgou que o núcleo da inflação - que exclui preços de alimentos e energia - subiu 1,4% no quarto trimestre, diante de 1,2% no terceiro. O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) considera um taxa adequada para estabilidade dos preços entre 1,5% e 2%. Outro número considerado bastante positivo foram os investimentos em equipamentos, que subiram 13,3%, e as exportações, que avançaram 18,1% no último trimestre.

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