Integrantes europeus do Comitê Olímpico Internacional (COI) que votarão na próxima semana na sede dos Jogos Olímpicos de 2016 mandam um recado às autoridades do Rio: "Reforcem o discurso de que a cidade terá como controlar a violência." Alguns dos 105 votos ainda estão sem destino. E o temor é de que os indecisos optem por opções mais conservadoras e, assim, mais seguras. No dia 2 de outubro, o COI escolhe entre Rio, Madri, Tóquio e Chicago quem vai organizar os Jogos de 2016. O Estado teve acesso a mensagens enviadas por delegados do COI a pessoas no Brasil ligadas à candidatura do Rio. Pelas regras, não poderia haver esse contato para evitar a compra de votos e uma escolha nebulosa.No relatório do COI, publicado há três semanas, a questão da segurança no Rio foi citada. A entidade admite que as autoridades estão cientes de que terão um desafio nessa área. No que se refere a Chicago e Madri, o COI deixou claro que ambas têm a "capacidade de providenciar um nível de segurança exigido para os Jogos". A mesma frase não foi usada para o Rio, ainda que os programas adotados pelas autoridades tenham sido amplamente elogiados.O que os membros do COI agora alertam é que, no processo de obtenção de votos, um dos esforços finais do Rio será o de convencer alguns membros ainda em dúvida de que a questão da segurança será lidada como prioridade. A sugestão, assim, é de que nas conversas privadas na próxima semana os dirigentes brasileiros insistam que a cidade e o governo federal têm como garantir a segurança e dar mais tranquilidade aos últimos membros indecisos.O presidente do COI, Jacques Rogge, acredita que dois ou três votos definirão o vencedor. "A cidade que conseguir convencer um ou dois membros a mais no último momento pode ganhar."
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