O promotor Marcelo Rocha Monteiro, encarregado do caso da morte do estudante Daniel Duque numa boate de Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, anunciou hoje que vai denunciar esta semana o policial militar Marcos Parreira por homicídio doloso, praticado com intenção de matar. O promotor decidiu seguir o entendimento do inquérito da Polícia Civil, que descartou tiro acidental. No entanto, Monteiro não afastou totalmente a hipótese levantada pela defesa de Parreira, que alegou legítima defesa. "A prova do inquérito não é conclusiva. É apenas um ponto de partida. A prova concreta, o juízo conclusivo só deverá ser feito no curso do processo. No momento, não é possível descartar nenhuma hipótese", afirmou o promotor. Daniel foi baleado na saída de uma boate na madrugada do último dia 28. Antes de fazer o disparo que matou o jovem, o policial ainda atirou duas vezes para o alto. Marcos Pereira trabalhava na escolta de Pedro Velasco, filho da promotora Márcia Velasco, cuja família é ameaçada de morte pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Um amigo do grupo de Duque teria provocado um rapaz da turma de Velasco, iniciando uma confusão. As circunstâncias, segundo o promotor, precisam ser esclarecidas com uma série de depoimentos em juízo, do réu aos companheiros dos jovens e testemunhas. Segundo Monteiro, somente numa fase posterior do processo será definido se o policial será levado a júri popular. Paralelamente ao processo criminal, o soldado Pereira enfrenta processo interno na Polícia Militar (PM).