O PMDB pretende utilizar as eleições municipais de outubro para se consolidar como o partido com o maior número de prefeituras no país e consequentemente atrair parlamentares e partidos para fusões visando aumentar seu poder dentro da coalizão com o PT no governo federal. As lideranças do partido se reuniram nesta terça-feira -último dia de atividades no Congresso antes do recesso legislativo- para lançar a rede social "PMDB 15" e definir os últimos passos da estratégia eleitoral. A sigla terá 2.293 candidatos a prefeito no país. "Temos 1.200 prefeitos e queremos ultrapassar os 1.400; além disso, temos candidatos a 12 capitais, metade deles com chances reais de vitória", disse o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), que anunciou estar se licenciando do Parlamento por quatro meses para cuidar das eleições. Segundo ele, após as eleições os grandes partidos do país devem sofrer com a saída de parlamentares, que passarão a integrar novas siglas. O PMDB planeja, segundo ele, ser menos atingido pela saída de seus quadros como também ter "tamanho e importância" para atrair forças políticas. "Após as eleições, os congressistas terão seus passaportes livres em mãos, liberados para irem para partidos que representem melhor seus projetos e ideias políticas", afirmou Raupp. Para os líderes do PMDB, a consolidação do partido como o que mais tem prefeituras no país amplia o poder nacional da sigla tanto como aliado preferencial do PT para a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, quanto para atrair mais parlamentares no período pós-eleitoral. Raupp confirmou a jornalistas que o PMDB iniciou conversas com partidos para fusões após o processo eleitoral. De maneira reservada, peemedebistas que acompanham o processo afirmam que há negociações com seis partidos, tanto da oposição quanto da base, e citaram o DEM, um dos principais partidos de oposição a Dilma, como interlocutor. O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), nega qualquer negociação de possível fusão. "Nossa meta é crescer, estamos em situação melhor do que há quatro anos. Temos chances reais de vitória em várias cidades importantes, inclusive capitais", afirmou ele à Reuters. O PMDB mira no aumento do seu poder de barganha nas alianças em 2014 e pretende se afirmar como principal aliado do PT no governo Dilma em um momento em que a unidade da aliança federal sofre com revezes criados pelas eleições municipais, como o fim de parcerias políticas do PT e PSB em Recife e Belo Horizonte, por exemplo. "Não precisamos falar em números, apenas dizer que vamos sair destas eleições com pelo menos 50 por cento mais prefeituras que o segundo maior partido", disse aos colegas de partido o deputado federal Eliseu Padilha (RS), presidente da Fundação Ulysses Guimarães, que afirmou ainda não saber quem sairá como o segundo maior partido a gerir prefeituras, se PT ou PSDB. (Reportagem de Ana Flor)