O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse nesta terça-feira que o partido ainda não bateu o martelo, mas que a tendência é que os peemedebistas apoiem os candidatos do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, e do DEM em Salvador, ACM Neto, no segundo turno das eleições. Segundo ele, o vice-presidente Michel Temer está finalizando as conversas com o PMDB de São Paulo e com o PT para anunciar, provavelmente na quarta-feira, o apoio formal do peemedebista Gabriel Chalita, que teve cerca de 14 por cento dos votos no primeiro turno. "Há um pedido do Chalita para que o candidato Haddad inclua algumas de suas propostas no programa de governo", disse Raupp a jornalistas nesta terça, em Brasília. O PMDB, principal partido da base aliada do governo Dilma Rousseff, quer que Haddad inclua entre suas propostas a criação de corredores exclusivos para o transporte público, a criação de unidades de pronto atendimento à saúde e educação em tempo integral. Haddad obteve 28,98 por cento no primeiro turno, e enfrentará o tucano José Serra, que somou 30,75 por cento dos votos válidos na capital paulista. Raupp negou, porém, que o PMDB esteja exigindo mais cargos no governo federal para apoiar o PT em São Paulo. "Não é hora de falar sobre isso", disse Raupp. Se na capital paulista peemedebistas e petistas devem se aliar no segundo turno, em Salvador o PMDB deve apoiar um dos principais partidos de oposição ao governo. O segundo turno na capital da Bahia será disputado entre ACM Neto, que obteve 40,17 por cento dos votos válidos no domingo, e o petista Nelson Pelegrino, que somou 39,73 por cento. "A tendência é muito forte de um fechamento (de acordo para o segundo turno) com o ACM Neto (candidato do DEM)", afirmou Raupp. "Isso pela decisão local do PMDB. Se fosse pela nacional, seria ao contrário", acrescentou. Raupp argumentou que o presidente do PMDB baiano, Geddel Vieira Lima, negocia com o DEM o apoio para uma candidatura peemedebista ao governo estadual em 2014. A posição do PMDB local, que deve prevalecer, pode também resultar na saída de Geddel da vice-presidência de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal. "Eu acho que ele vai fazer isso (deixar o cargo na Caixa) automaticamente (caso apoie o DEM)", disse Raupp, acrescentando que comentou sobre essa possibilidade com o próprio Geddel. (Reportagem de Jeferson Ribeiro)