A polícia do Rio vai analisar as imagens de duas câmeras de prédios vizinhos ao Edifício Dimas para tentar identificar o homem que atirou contra o delegado-adjunto da Divisão Anti-Seqüestro, Alexandre Neto. O policial foi alvo de um atentado ontem, em Copacabana (zona sul do Rio). Alexandre Neto foi atingido por pelo menos quatro tiros e corre o risco de perder o movimento da mão direita. As investigações sobre o crime estão concentradas na Delegacia de Homicídio, mas a Polícia Federal também vai trabalhar no caso. A hipótese é de que Neto tenha sido vítima de coação de testemunha. Ele encaminhou dossiê à Polícia Federal denunciando um grupo de investigadores e o ex- chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, por envolvimento com a máfia dos caça-níqueis. "Apesar de existir uma especulação muito grande em relação ao dossiê que foi entregue pela vítima à Polícia Federal, não podemos restringir a investigação apenas a essa hipótese", afirmou Roberto Cardoso, titular da DH. Neto esteve envolvido numa briga com policiais militares no ano passado. Ele havia estacionado o carro em lugar irregular e foi abordado pelos policiais militares, que chegaram a algemá-lo, sob a acusação de desacato. Na delegacia, os PMs foram autuados por abuso de poder. Neto investigou os policiais e os acusou de envolvimento com o jogo do bicho. Os PMs podem ser expulsos. Neto passou por 6 horas de cirurgia na mão direita. Há o risco de ele perder alguns dedos e o movimento da mão. Amanhã, ele deve voltar a ser operado. Os médicos extraíram pelo menos 10 estilhaços de bala da mão, braço e antebraço. Ele foi atingido por pelo menos três tiros.
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