A polícia britânica prendeu 56 pessoas em Londres na sexta-feira por uma série de delitos menores, numa das maiores operações de segurança na capital britânica, por ocasião do casamento real. Cerca de 5.000 policiais trabalharam para controlar a enorme multidão agitando bandeiras, ao lado de cerca de 1.000 soldados, ao longo do percurso da Abadia de Westminster à residência da rainha Elizabeth em Londres, o Palácio de Buckingham. Tropas especiais com cães farejadores patrulhavam a rota em busca de explosivos, enquanto helicópteros sobrevoavam a área, como parte da operação para proteger o príncipe William e sua mulher, Kate Middleton. Às 13h15 (horário de Brasília), um porta-voz da Polícia Metropolitana disse que houve 56 detenções. Mais da metade dos presos foram detidos por delitos menores de distúrbio da ordem pública. A polícia prendeu dez pessoas na estação ferroviária de Charing Cross quando foi constatado que carregavam cartazes antimonarquia. Um milhão de pessoas ficaram na rota entre a Igreja e o Palácio de Buckingham e 500.000 assistiram ao casal aparecer na sacada do palácio, de acordo com a polícia. A polícia disse estar ciente da presença de cerca de dez manifestantes em Soho Square, no centro de Londres, do "Right Royal Orgy Group" ("grupo de direito à orgia real"), e o grupo estava sendo monitorado. Havia também 70 manifestantes no Red Lion Square do "Partido Republicano do Chá" - outro grupo antimonarquista - que também estava sendo vigiado. Alguns manifestantes se reuniram em Trafalgar Square, onde pessoas estavam assistindo à cerimônia em uma tela gigante, e mostraram uma faixa reclamando de cortes do governo aos serviços públicos e do papel dos militares da Grã-Bretanha no exterior. Antes, três pessoas -- dois homens, de 45 e 68 anos, e uma mulher de 60 -- foram detidos no sudeste de Londres por suspeita de conspiração para causar uma perturbação da ordem pública e violação da paz. Eles são suspeitos de planejar a decapitação de estátuas reais. Uma quarta pessoa, descrita pela polícia como "um anarquista bem conhecido", foi preso em Cambridge, nordeste de Londres. A polícia estava preparada para uma ampla gama de possíveis ameaças, de militantes republicanos irlandeses a grupos islâmicos, de anarquistas a fãs fanáticos. A força de Londres foi criticada pela sua atuação durante os protestos estudantis no ano passado, quando os manifestantes atacaram um carro que transportava o príncipe Charles e sua esposa Camilla, duquesa de Cornwall. A grande operação para manter as multidões seguras e para garantir que a rede de transportes de Londres, muitas vezes imprevisível, corresse bem foi vista como um teste para a cidade, que receberá os Jogos Olímpicos do ano que vem. "Em muitos aspectos, é uma boa prática para as Olimpíadas", disse o prefeito de Londres, Boris Johnson. (Reportagem adicional de Olesya Dmitricova)