Policiais civis do Espírito Santo decidiram paralisar suas atividades. A greve, prevista para começar nos primeiros minutos de amanhã, foi confirmada na tarde de hoje pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sindipol), José Rodrigues Camargo, apesar de decisão judicial que determina multa de R$ 10 mil por dia parado. "Não fomos notificados e a greve está mantida", garantiu Camargo. A categoria, que não tem aumento há sete anos, quer 38% de reajuste - mesmo porcentual recebido pelos policiais militares há um ano. Os policiais se queixam ainda dos atrasos nos salários e da superlotação das carceragens. Os protestos estavam marcados para começar já na madrugada de hoje. A intenção do sindicato era fazer um piquete em frente à Delegacia de Homicídios, a fim de impedir a entrada e saída de policiais. Os sindicalitas também adquiriram mil capuzes para que os policiais possam fazer passeatas. Camargo quer evitar que os policiais sejam punidos por fazerem manifestações. A greve estava prevista para começar hoje, mas o sindicato precisava cumprir o prazo de três dias de antecedência para o anúncio oficial da greve - o que ocorreu somente no sábado. O secretário de Segurança do Espírito Santo, coronel Edson Ribeiro Carmo, disse que evitará o confronto com os policiais civis, mas afirmou que eles terão de manter 30% do efetivo trabalhando, como determina a lei, e não poderão "impedir o direito constitucional de ir e vir" de outros policiais. "Eles têm que cumprir a lei. Não queremos o confronto, não vamos colocar a Polícia Militar para fazer o papel da Polícia Civil", afirmou. Carmo acusou a categoria de "radicalismo". Ele informou que o reajuste à PM foi concedido por decisão judicial e parcelado em 12 vezes. "Eles têm que sentar à mesa de negociação com o governo, mas eles não querem negociar, querem radicalizar", afirmou.
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