O secretário de Estado da Segurança Pública, Marco Vinício Petrelluzzi, admitiu hoje, em Sorocaba, que São Paulo nunca terá uma polícia eficiente como a de Nova York. Ao responder às queixas da populaçao contra a falta de segurança, ele lembrou que, ao assumir o cargo, tentou criar um imposto sobre o telefone, visando obter receita para o aparelhamento da polícia. "É como é feito em Nova York, mas aqui a populaçao não concordou." Segundo ele, uma pesquisa mostrou que havia forte repúdio à iniciativa e o projeto não seguiu adiante. "Agora, querem que tenhamos uma polícia de Nova York, nunca vamos ter uma polícia igual", reconheceu. Petrelluzzi participou de uma reunião com representantes das polícias civil e militar para avaliar as ações de combate à criminalidade. O secretário contestou informações sobre o aumento da criminalidade em São Paulo. "Os números oficiais mostram que os crimes caíram no Estado." Sequestros avançam no interior Segundo ele, houve uma diminuição nos índices de crimes na Capital, principalmente de homicídios, enquanto os números do interior permaneceram estáveis. Ele negou que esteja ocorrendo migração da criminalidade para o interior. Reconheceu, porém, que o número de sequestros é muito elevado. Na região de Sorocaba, duas pessoas estão em poder de sequestradores. "Estamos preparando ações especiais contra esse tipo de delito." Petrelluzzi disse que as condições sociais, como a exclusão e o crescimento desordenado das cidades, dificultam o combate à violencia. "Mas não dá para negar que a situação de hoje é melhor que a do ano passado." O secretário considera importante a participação da comunidade, através dos conselhos de segurança. "São o elo entre o poder público e a coletividade." Mas descartou a municipalização da segurança pública. Segundo ele, prova de que a polícia está trabalhando com eficiencia é o aumento no número de criminosos presos, que subiu de 72 mil para 90 mil nos últimos 18 meses.