Polícia descobre suíte de luxo em morro do RJ

A Polícia Civil descobriu um paiol e uma suíte de luxo em favelas do Complexo do São Carlos, na região central do Rio. A operação, que reuniu 300 homens e contou com o apoio de dois helicópteros, tinha o objetivo de combater o tráfico no complexo, dominado pela facção Amigos dos Amigos (ADA). Entre as armas apreendidas havia uma metralhadora ponto 30, com capacidade para derrubar até helicóptero. Os policiais se reuniram pela manhã no Estande de Tiros no Caju, região portuária, e seguiram em comboio para o São Carlos. Eles entraram na favela simultaneamente por sete acessos diferentes. "Cada equipe tinha um objetivo distinto a cumprir", explicou o delegado Ronaldo Oliveira, da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis. A equipe liderada por ele subiu pelo Morro do Querosene com a missão de prender Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, suposto chefe da venda de drogas em grande parte do complexo. Houve forte reação dos traficantes e foi necessário o auxílio do helicóptero. "Os traficantes estavam divididos em vários grupos de contenção. Foi difícil avançar. Eles agiram assim para facilitar a fuga de Coelho", afirmou Oliveira. Coelho estaria numa suíte no alto do morro. O cômodo, todo ladrilhado, tinha espelhos nas paredes e no teto, frigobar, tevê a cabo e se parecia mais com uma suíte de motel do que esconderijo. "Era um local de encontro. Ele fazia festas ali, com mulheres da comunidade e até de fora. Acreditamos que ele estivesse ali porque deixou o ar-condicionado ligado, a champanhe gelando e uísque aberto", comentou Oliveira. No Morro da Mineira, que também integra o complexo, havia um paiol, com dois mil projéteis de diversos calibres, cinco fuzis e três pistolas. Vinte motocicletas roubadas foram recuperadas. A polícia também fechou central clandestina de tevê a cabo e de internet. Felipe Vasconcelos, o Jacó, foi preso. Ele é acusado de ser gerente do tráfico no Morro do Zinco. Outros cinco suspeitos foram detidos.