Policiais civis do Setor de Investigações Gerais (SIG) da 4ª Seccional-Norte de São Paulo desmantelaram ontem quatro rádio piratas na capital. Acompanhados de quatro técnicos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), os investigadores conseguiram rastrear os sinais e apreenderam os transmissores e antenas. Já em Brasília, numa reunião com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) pediu uma solução para a interferência desse tipo de rádios no contato entre pilotos e torres de controle. Segundo o delegado Fábio Antonio Bolzani, titular do SIG, as investigações começaram há dois meses. Após identificar as rádios e rastreá-las, a polícia ainda gravou o áudio das quatro, antes de fazer apreensões. Ninguém foi preso porque os estúdios não ficam no mesmo local em que estavam os aparelhos encontrados. "Sem os transmissores, as rádios não podem mais funcionar. E um equipamento desses custa, no mínimo, R$ 30 mil", explicou Bolzani. O delegado ressaltou que os operadores costumam procurar a zona norte para instalar seus aparelhos porque a área é privilegiada pela altura - permitindo um maior alcance do sinal. No dia 1º deste mês, outras cinco emissoras clandestinas haviam sido fechadas no Jardim Guarujá, zona sul de São Paulo. Segundo estimativa feita pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a capital tem cerca de 2 mil rádios irregulares, de um total de 12 mil clandestinas no País. Com pouco mais de R$ 2 mil é possível montar uma emissora cuja transmissão alcança 1 quilômetro. Na região metropolitana, a Anatel fechou 94 rádios ilegais em 2007. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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