Recolhido na carceragem da Polícia Federal acusado de tráfico internacional de drogas, João Mendonça Alves, de 38 anos, foi encontrado ontem na cela, com três ferimentos cortocontusos - provocados por instrumento que corta a partir de uma batida - no corpo. Socorrido ao Pronto Socorro do Hospital dos Sorocabanos, morreu quando era atendido. O aparente suicídio despertou suspeitas. Além do inquérito instaurado na Polícia Federal, foi instaurado outro pela Polícia Civil, na delegacia da Lapa (7º DP), com o título de "morte suspeita". Mendonça foi preso em sua casa, em Itatiba, na tarde da última sexta-feira, depois da polícia flagrar Marripersad Jhingoeri e Mahinderparkash Chuttoo, ambos naturais do Suriname, armazenando num galpão mais de uma tonelada de cocaína. A droga estava em caixas que seriam enviadas para a Holanda e a Polônia, a partir do Porto de Santos. O brasileiro foi apontado como sendo responsável pela "logística" do tráfico. Esta foi a maior apreensão da drogas no Estado de São Paulo, nos últimos cinco anos. A droga viria da Bolívia ou da Colômbia, em grandes baterias utilizadas por caminhões. Os tijolos de cocaína prensada eram envolvidos em mantas de chumbo para evitar que fossem detectadas por aparelhos de raio X. Para exportação, segundo a PF, João Mendonça Alves usava notas de exportação declarando tratar-se de álcool em gel. Com a morte do brasileiro, os agentes da Polícia federal tentarão obter com os dois surinameses a identificação de quem chefiaria esse esquema. A dupla pode ser condenada a até oito anos de prisão.
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