A policia vai aguardar os laudos dos exames periciais, que ficarão prontos em cerca de 30 dias, para esclarecer as circunstâncias que causaram a morte da menor Isabella de Oliveira Nardoni, de 5 anos, ontem à noite na zona norte de São Paulo. Ela morreu ao cair do sexto andar de um edifício localizado na Vila Isolina Mazzei. O delegado titular do 9º Distrito Policial Carandiru, Calixto Calil Filho, afirmou trabalhar com a hipótese de homicídio, apontando que há fortes indícios de que a criança tenha sido arremessada por alguém. Filha do consultor jurídico Alexandre Alves Nardoni e da bancária Ana Carolina Cunha de Oliveira, divorciados, Isabella visitava a cada 15 dias o pai e a madrasta Anna Carolina Trotta Peixoto, estudante. Segundo o depoimento de Alexandre, ontem ele levou a menina até o apartamento e deixou-a acomodada na cama, descendo em seguida para buscar sua atual mulher, que aguardava no carro com outras duas crianças, de 11 meses e três anos. O pai contou que ao retornar ao apartamento ouviu um barulho, olhou pela janela e viu a criança estendida no solo. Segundo Alexandre, o apartamento havia sido invadido por um ladrão. "Esta versão não me convence, devido à ausência de sinais de arrombamento no apartamento", afirmou o delegado Calil Filho. Além disso, ele chamou a atenção para o fato de a tela da janela do quarto ter sido cortada e de ninguém ter dado queixa de desaparecimento de pertences. No entanto, o delegado afirmou que Alexandre e Anna Carolina não são suspeitos. "Eles são averiguados", frisou. Entre outros depoimentos que pretende reunir no inquérito, o delegado informou que deverá ouvir um engenheiro com quem Alexandre teria brigado há dias. O porteiro do edifício também afirmou não ter notado nenhum movimento ou sinal que indicasse arrombamento e teria ouvido apenas o barulho do corpo da menina caindo no solo. Alexandre Nardoni deve ser liberado ainda hoje, a exemplo de Anna Carolina Peixoto. O corpo de Isabella Oliveira já foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML) e será sepultado amanhã no Cemitério Parque dos Pinheiros. O avô materno da menina, Jorge Arcanjo Oliveira, disse no IML que a relação de Isabella com a madrasta "era ótima". A mãe, Ana Carolina Cunha de Oliveira, não teve condições de ir ao IML porque estava em estado de choque.