Preço maior por litro anima produtores

Miniusina premia todo pecuarista que produz seguindo as boas práticas de produção leiteira

PUBLICIDADE

Por Niza Souza
2 min de leitura

O leite é a única atividade do produtor José Carlos Rodrigues da Silveira. Seu sítio, em Sorocaba (SP), tem 5 hectares, que abrigam 70 vacas, 50 em lactação, que produzem 750 litros de leite por dia. Apesar de pequeno, ele é um exemplo de que é possível produzir com qualidade. O essencial, ensina, é o bom gerenciamento. Como não tem área suficiente para pastagem, os animais ficam confinados. Para garantir uma dieta balanceada e de qualidade, o que influencia nas propriedades nutritivas do leite, Silva destina parte da área para o plantio de milho, que vira silagem. A alimentação é complementada com ração. ''''O milho é melhor do que a cana, que deixa o leite aguado'''', acredita o produtor. ORDENHA MECÂNICA Recentemente comprou uma ordenhadeira mecânica, que dá conta de quatro vacas por vez, e um resfriador com capacidade para 1.300 litros. ''''Vale a pena. Quanto menos contato com o leite, melhor'''', garante. Além das boas práticas de higiene com o local da ordenha, os equipamentos e os funcionários, Silveira não descuida da saúde dos animais. ''''Faço as vacinações contra aftosa e raiva, e exames de tuberculose e brucelose de duas a três vezes por ano.'''' O importante, diz o produtor, é acompanhar sempre como está o rebanho e a qualidade do leite produzido. A produção é toda vendida para o laticínio Mu Mú, que fica em Porto Feliz, município vizinho a Sorocaba. A boa qualidade do leite produzido por Silva garante uma remuneração diferenciada. Enquanto a média recebida pelos produtores é de R$ 0,70, ele recebe R$ 0,75. Pode parecer pouco, mas a diferença pode garantir até R$ 1.125 a mais por mês. ''''Pago por qualidade. Hoje, quando um produtor tem um produto de melhor qualidade, recebe um valor melhor também. Acho que isso incentiva o produtor a melhorar sua produção'''', diz o proprietário do laticínio, José Alberto Paiffer Menk, que também é produtor. Além da produção de 3 mil litros/dia de leite, do seu rebanho, Menk compra de outros 30 produtores da região. Para identificar a qualidade do leite, o procedimento é rigoroso. Logo quando o leite chega na propriedade passa pelo teste alizarol, que verifica a acidez. ''''Se não estiver no padrão, nem entra no laticínio'''', diz Menk. Depois são feitos os testes de crioscopia (para verificar se há adição de água), o dornic (indica o nível de acidez, que deve estar entre 14% e 18%) e o de teor de gordura. ''''São testes rápidos, feitos diariamente com todo o produto entregue pelos produtores.'''' Outros testes de qualidade, como contagem bacteriana, células somáticas, extrato seco total, desengordurado, nível de uréia, são feitos mensalmente. ''''Acredito que, quanto menor o laticínio, mais fácil é de controlar a qualidade, porque o tempo entre a produção e a industrialização é mais curto.'''' INFORMAÇÕES: Laticínio Mu Mú, tel. (0--15) 3262-9372

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.