O presidente da Somália, Abdullahi Yusuf, renunciou na segunda-feira, acabando com um impasse no alto escalão do governo e abrindo as portas para uma nova administração na nação africana. O governo apoiado por países ocidentais e liderado por Yusuf pelos últimos quatro anos falhou em trazer ordem e segurança ao país mergulhado em violência desde a queda de um ditador em 1991. Rebeldes islâmicos controlam o sul da Somália e estão acampados nos subúrbios da capital Mogadishu. O governo e os militares etíopes que o apóiam têm apenas Mogadishu e Baidoa, enquanto os militantes dominam outras regiões. Disputas entre Yusuf e o primeiro-ministro Nur Hassan Hussein sobre a composição do governo e o processo de paz mediado pelo ONU empurraram a administração para a beira do colapso, ao mesmo tempo em que a Etiópia planeja a retirada de suas tropas. A instabilidade em terra firme fomentou a pirataria em rotas movimentadas de embarcações na costa do país e levou esquadras estrangeiras à região para patrulhar suas importantes rotas de comércio. O parlamentar Aden Madobe se tornou presidente-interino, seguindo a Constituição. As eleições devem ocorrer em 30 dias. Madobe disse a repórteres em Baidoa que vai deixar o cargo assim que um novo presidente for apontado. "Uma nova página da história da Somália foi aberta", disse Ahmedou Ould-Abdallah, o enviado especial da ONU à Somália, pedindo que todos os somalis apóiem Yusuf em sua "decisão patriótica e corajosa". A comunidade internacional está pressionando para várias facções políticas da Somália acabarem com as disputas e se unirem em um governo para trazer paz ao país após 17 anos de combates. (Reportagem adicional de Abdi Sheikh, Abdi Guled em Mogadishu, David Clarke em Nairóbi)