Presidente uruguaio fecha acesso por terra à Argentina

Tabaré Vázquez quer impedir novos protestos de argentinos contra fábrica de celulose no Uruguai

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Por BBC Brasil
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O governo do presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, determinou, neste domingo, o fechamento da ponte Concordia-Salto, que liga o país à Argentina. Com a medida, ficaram bloqueados, segundo a imprensa dos dois países, os três acessos que ligam, por terra, estes dois sócios do Brasil no Mercosul. Recentemente, o governo uruguaio já havia determinado a suspensão do acesso - de carro ou a pé - às outras duas pontes binacionais - Gualeguaychú-Fray Bentos e Colón-Paysandú. Neste domingo, de acordo com o jornal argentino "Ambito Financiero", 200 caminhões, dos diferentes países do Mercosul estavam parados do lado argentino sem conseguir atravessar para o Uruguai. O objetivo de Vázquez, segundo o jornal uruguaio El País, é impedir que manifestantes argentinos cheguem ao território uruguaio para protestar perto da fábrica de pasta de celulose Botnia, na cidade uruguaia de Fray Bentos. Esta fábrica, de capital finlandês, é o maior investimento já feito no Uruguai. Mas os moradores da cidade argentina de Gualeguaychú completaram, na semana passada, um ano de protestos com o argumento de que a fábrica poluirá a região e colocará suas economias e suas vidas em risco. Diante do impasse entre os governos de Vázquez e do presidente argentino Néstor Kirchner, o caso passou a ser analisado, por apelo argentino, no Tribunal Internacional de Haia, na Holanda. Mas ainda não existe data certa para o parecer final do caso. A disputa entre os vizinhos - batizada de "guerra de papel" ou "guerra das 'papeleiras'" - também está sendo intermediada, sem muitos avanços, pelo rei da Espanha, Juan Carlos. A decisão de Vázquez de impedir o acesso por terra ao país levou o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Jorge Taiana, a convocar o embaixador do Uruguai, Francisco Bustillo, para um reunião, na qual ele demonstrou a "preocupação" e "insatisfação" do governo argentino. Mas ainda não há sinais de entendimento nesta disputa e a fábrica já está funcionando. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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