Sebastião Adalberto Curi, de 65 anos, um velho conhecido da polícia, foi preso na quinta-feira por policiais da Seccional Norte de São Paulo. Ele começou sua vida de crimes em 1957, furtando carteiras. Passou para o roubo de residências e lojas e, após alguns anos na cadeia, resolveu dedicar-se ao "crime leve", a falsificação. Em pouco tempo, tornou-se um dos principais estelionatários do Estado, especializado na venda de documentos falsos, incluindo cédulas de identidade, CPF e título de eleitor, além de repassar talões de cheques roubados. Ao ser preso, Curi estava em um apartamento na Bela Vista, acompanhado de Edward Oliveira Cavalcante Júnior, de 37 anos, seu cúmplice na venda dos documentos. Em poder deles, foram apreendidos 300 espelhos de cédula de identidade em branco, dezenas de outros documentos e 300 talões de cheques, a maioria do Bradesco, Itaú, da Nossa Caixa e do Real. No apartamento ainda havia carimbos de cartórios, de bancos e material para adulterar os números das contas bancárias. "Com uma lupa, estilete, bisturi e decalque gráfico, Curi alterava os algarismos dos números das contas bancárias e dos cheques", disse o delegado Francisco Basile, responsável pela prisão. Ele informou que os estelionatários vendiam o kit completo para que os criminosos não tivessem dificuldade em passar os cheques. Com a troca dos algarismos, permitia o recebimento das folhas roubadas. Na consulta à Centralização de Serviços dos Bancos (Serasa), a informação era de que não havia queixa de furto, roubo ou extravio. Além de São Paulo, os dois vendiam identidades, títulos de eleitor e CPF de Minas, Pernambuco, Sergipe e da Bahia. "Os talões de cheques eram furtados e roubados dos malotes de entrega dos bancos ou dos Correios e comprados pelos dois", declarou Basile, que está tentando identificar as vítimas dos golpistas.