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Presos dizem que tiveram contato com Abadía em MS

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Por AE

Os presos João Paulo Barbosa e José Reinaldo Girotti, apontados como integrantes do plano de seqüestro e extorsão de autoridades desvendado na segunda-feira pela Operação X da Polícia Federal, afirmaram em depoimento que mantiveram contato com o traficante colombiano Juan Carlos Ramirez Abadía dentro do Presídio Federal de Campo Grande (MS). As normas de disciplina da unidade, no entanto, vetam a convivência entre detentos considerados de alta periculosidade e/ou líderes de facções criminosas, mesmo que apenas durante os banhos de sol. "Desconheço essa informação", disse ontem o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Wilson Damásio. "A orientação é para que (os presos líderes de facção ou de alta periculosidade) nunca fiquem juntos, mas pode ser que em algum momento isso tenha ocorrido." Fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo cogitam ainda a possibilidade de os três detentos terem sido colocados juntos propositalmente, a fim de que o setor de inteligência da unidade reunisse mais dados sobre o plano supostamente arquitetado por Abadía e pelo traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar. Inaugurado em dezembro de 2006, o Presídio Federal de Campo Grande foi projetado para isolar os presos em alas autônomas. São quatro divisões com capacidade para 52 detentos. Metade das celas fica no térreo e o restante, no 1º andar. Cabe a uma comissão técnica formada pelo diretor da unidade, médicos, psicólogos e assistentes sociais estabelecer o grau de periculosidade dos detentos e definir em qual das alas eles ficarão recolhidos. Além dos quatro internos do presídio federal, foram presos pela Operação X Ivana Pereira de Sá (ex-mulher de Beira-Mar), Leandro Oliveira dos Santos e Leonice de Oliveira (ambos presos em Nova Andradina, MS, parentes de João Paulo Barbosa) e o advogado Vladimir Búlgaro, defensor de Girotti. Os quatro são acusados de atuarem como mensageiros de Beira-Mar, Abadía, Barbosa e Girotti, e permanecem detidos na Superintendência da PF em Campo Grande. O grupo foi interrogado durante a segunda-feira e a madrugada de terça-feira, mas negou as acusações, se reservando o direito de falar apenas em juízo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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