Presos dois suspeitos de torturar jornalistas na favela do Batan

Se condenados, a pena pode chegar a 20 anos de reclusão por formação de quadrilha armada, tortura e roubo

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Por CLARISSA THOMÉ E ELVIS PEREIRA
1 min de leitura

O juiz da 1ª Vara Criminal de Bangu, Alexandre Abrahão, decretou nesta quinta-feira, 31, a prisão preventiva dos dois acusados de terem torturado repórteres do jornal O Dia, em maio, quando faziam reportagem infiltrados na Favela do Batan, na zona oeste do Rio de Janeiro. Odinei Fernando da Silva, o Dinei ou Zero Um, e Davi Liberato de Araújo, o Zero Dois, foram denunciados pelo Ministério Público (MP) por formação de quadrilha armada, tortura e roubo. Se condenados, a pena pode chegar a 20 anos de reclusão. Os dois acusados já estão presos. De acordo com o promotor Horácio Afonso de Figueiredo da Fonseca, os denunciados faziam parte da milícia (quadrilha de policiais) que atua no Batan, onde praticavam crimes como revenda ilegal de gás, distribuição de sinal clandestino de TV a cabo e segurança armada. Dinei seria o chefe da milícia, enquanto Davi Liberato exercia o segundo posto no comando da quadrilha, de acordo com a denúncia. O promotor contou que em 14 de maio deste ano, os denunciados e seus comparsas interceptaram o motorista e o fotógrafo do jornal O Dia e os obrigaram a levar até a casa onde estava a repórter. A equipe morava numa casa da favela para apurar o envolvimento de policiais na milícia. As vítimas, então, foram torturadas, "o que lhes causou intenso sofrimento físico e psíquica", segundo a denúncia. Após a tortura, os denunciados roubaram objetos pessoais das vítimas e documentos.

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