Presos por fraudar documentos de veículos chegam a 16

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Por Angela Lacerda
2 min de leitura

Chega a 16 o número de presos preventivamente, hoje, dentro da Operação Papirus - da Polícia Federal (PF) em parceria com a Polícia Civil e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Pernambuco - com o objetivo de estancar a emissão de Certificados de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLVs) falsos. A quadrilha, que contava com a ajuda de funcionários do Detran, regularizava veículos - a maioria caminhões - furtados ou roubados no País. Com a documentação em dia, os carros eram comercializados no País e também enviados para o Paraguai ou usados na concessão fraudulenta de financiamentos. O superintendente da PF em exercício no Estado, Santiago Amaral Fernandes, afirmou que as investigações tiveram início há seis meses e estima que a fraude pode ter movimentado R$ 1,5 milhão em dois anos, com a expedição de mais de 200 CRLVs ao preço de R$ 7 mil cada uma. O diretor do Detran de Pernambuco Roberto Leandro afirmou que o esquema fraudulento descoberto no Estado pode existir em departamentos de todo o País, usando como brecha o sistema não informatizado anterior a 1986. Neste ano, os Detrans passaram a adotar uma rede de sistema de computação que não permite a "criação" de carros, que saem da fábrica com a identidade - o número do chassis. Antes de 1986, os automóveis tinham placa com duas letras. Hoje, mesmo com a maioria desses veículos recadastrados, ainda há uma área nos Detrans - não informatizada - que trata desses carros. Foi essa a brecha encontrada pela quadrilha para adulterar placas e criar documentações falsas que depois eram jogadas no sistema informatizado. "Nesse ambiente, podia-se promover o ''nascimento'' de veículos", afirmou a diretora de Operações do Detran de Pernambuco, Simiramis Queiroz. Segundo Simiramis, um indício da fraude foi o "aumento considerável" da incidência desse tipo de serviço (relativo a carros com placas de duas letras). A primeira identificação de fraude ocorreu no Detran de Palmares, na Zona da Mata pernambucana, a partir de denúncias na Ouvidoria do órgão e de cartas anônimas. O procedimento relativo a esses carros, que competia a todos os Detrans no Estado, passará a ser realizado somente no órgão no Recife e com acesso restrito. A medida, anunciada hoje por Leandro, na sede da PF do Estado, é conseqüência da operação. De acordo com o superintendente, o próximo passo da investigação será tentar localizar os carros e identificar financiamentos e leasings de veículos que tenham sido "esquentados".

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