A Prefeitura de São Paulo vai propor aos 69 mil funcionários da área de educação (51 mil deles professores) aumento de 20%, que repõe quase integralmente as perdas salariais dos últimos oito anos. O aumento valerá também para os 18 mil professores aposentados. O reajuste, acima dos padrões para o funcionalismo nos tempos do pós-Real, vai substituir gratificações pagas aos professores na ativa. O prefeito Gilberto Kassab (DEM), que já anunciou que é candidato à reeleição, está finalizando um estudo para propor, nos próximos dias, reajuste semelhante aos servidores da saúde. Além dos 20%, a prefeitura dará aos servidores da educação aumento escalonado de 16% nos próximos três anos. Kassab informou ao Estado que o reajuste total de 36% repõe quase integralmente - faltarão alguns décimos de porcentual, na conta dele - a compensação pelo fim das gratificações do pessoal na ativa e reposição das perdas. Gratificações e abonos têm sido artifício usado pelo poder público para dar aumentos que não se projetam na aposentadoria. O prefeito admite que o reajuste fora dos parâmetros do equilíbrio fiscal adotado desde a implantação do Plano Real pode estimular o funcionalismo público estadual e federal a reclamar aumentos semelhantes. ?Manter sob controle as folhas salariais é uma coisa, negar salários justos é outra. O poder público tem de agir como empresa e cuidar para que os salários não incentivem os bons funcionários a trocar de emprego?, afirmou. Kassab calcula que o reajuste custará algo como R$ 300 milhões anuais, mas a inversão se justifica, segundo ele, porque estancará a fuga dos melhores professores para o ensino privado. ?O poder público no Brasil tem que investir no capital humano?, disse ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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