Promotores públicos russos pediram nesta sexta-feira que seja imposta a pena de nove anos de prisão para um bailarino acusado de planejar um ataque com ácido que quase deixou cego o diretor artístico do Balé Bolshoi. O bailarino Pavel Dmitrichenko se declarou inocente da acusação de ordenar o ataque, em janeiro, o qual expôs rivalidades nos bastidores de uma das maiores instituições culturais da Rússia. A promotoria poderia ter pedido no máximo pena de 12 anos. A promotora Yulia Shumovskaya solicitou ainda dez anos de prisão para Yuri Zarutsky, acusado de ter jogado o ácido no rosto de Sergei Filin, e seis anos para Andrei Lipatov, indiciado por ter conduzido Zarutsky até o local do ataque, e depois o levado embora. "O motivo de Dmitrichenko era um conflito entre Filin e Dmitrichenko", disse Yulia a um tribunal de Moscou, ao afirmar que a disputa foi causada pela decepção do bailarino por Filin não lhe ter dado bons papéis no Bolshoi. A advogada de Filin, Natalia Zhivotkova, disse: "Todos os réus são culpados e, do meu ponto de vista, não merecem comiseração nenhuma." Dmitrichenko, confinado a uma jaula na corte com os outros dois réus, permaneceu impassível e não mostrou nenhuma emoção quando Yulia falava. Zarutsky e Lipatov olhavam para o chão. O caso manchou a reputação do Bolshoi, que fez mudanças em sua administração para tentar fazer com que o palco volte a ser o centro das atenções. (Reportagem de Maria Tsvetkova)
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