Quadrilha de colombianos usava ‘Boa noite, Cinderela’ para roubos no Rio e em SP, diz polícia

MP-RJ identificou acusadas de dopar vítimas para acessar criptomoedas e sacar moeda virtual. Mulher que havia fugido foi presa no país vizinho e está detida no Rio. Defesa não foi localizada.

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Atualização:

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) conseguiu desbaratar uma quadrilha especializada no roubo de criptoativos no Brasil com uso da prática conhecida como “Boa noite, Cinderela”, em que o criminoso dopa a vítima para roubar seus pertences.

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Segundo o MP-RJ, o bando é composto por pelo menos seis colombianos, entre eles Angie Paola Parra Hoyos, que morava no Rio, fugiu do Brasil após praticar um roubo de criptoativos e acabou presa na Colômbia, de onde foi extraditada para o Brasil em 28 de fevereiro passado.

Angie Paola é ré nas duas fases da Operação Medellín, realizada pelo MP-RJ para combater a quadrilha, e também responde pelo crime de lavagem de dinheiro. A defesa dela e dos demaisnão foi localizada pela reportagem.

A primeira fase da Operação Medellín foi realizada em dezembro de 2023 e resultou na denúncia contra quatro colombianos, entre eles Angie Paola, pelo crime de roubo impróprio majorado.

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Criptomoedas: dinheiro virtual era alvo de quadrilha de colombianos que dopava vítimas em São Paulo e no Rio. Foto: Adobe Stock

Segundo a investigação, ela e outra mulher se passavam por empresárias, demonstravam interesse em aplicar em criptomoedas e se reuniam em bares ou restaurantes com homens dispostos a orientá-las. Ali dopavam a vítima com bebida misturada com sonífero ou outros produtos químicos, roubavam seu celular e faziam as operações com moeda virtual.

Segundo o MP-RJ, em fevereiro de 2023 o bando dopou uma vítima e roubou seu celular, aproximadamente R$ 125 mil em criptoativos e outros valores. Após o crime, Angie Paola fugiu para os Emirados Árabes e dali viajou para a Colômbia.

Com a deflagração da primeira fase da Operação Medellín, em dezembro do mesmo ano, o MP-RJ pediu e a 42ª Vara Criminal do Rio decretou a prisão da colombiana, que teve seu nome incluído no Alerta Vermelho da Interpol. Angie Paola foi presa em março de 2024, no Aeroporto Internacional de Rio Negro, na Colômbia, quando tentava embarcar para a República Dominicana.

Ciente da prisão, o MP-RJ adotou providências junto ao Ministério da Justiça e ao Judiciário para viabilizar o pedido de extradição, que foi autorizado pelo governo colombiano e cumprido em 28 de fevereiro. Angie Paola foi entregue às autoridades brasileiras e encaminhada ao sistema penitenciário do Rio. Ela está detida no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste.

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Com a análise dos celulares apreendidos e a quebra de sigilo telemático, as investigações avançaram, levando à segunda fase da operação. Essa etapa resultou em uma nova denúncia do MP-RJ por organização criminosa, lavagem de dinheiro e outros dois roubos impróprios.

A Justiça aceitou a denúncia e decretou a prisão de seis colombianos, incluindo os quatro já indiciados na primeira fase. Durante essa segunda fase, outra colombiana foi presa pela Interpol na Colômbia e ainda aguarda extradição para o Brasil.

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