BEIRUTE - Os rebeldes da Síria concordaram em firmar uma liderança conjunta para supervisionar a batalha para derrubar o presidente Bashar Assad. A decisão veio com a pressão dos aliados estrangeiros para que se unam, afirmaram duas fontes nesta terça-feira, 16. A decisão, tomada por dezenas de rebeldes, incluindo os líderes do Exército de Libertação da Síria (ELS), em uma reunião ocorrida em território sírio no domingo, tem como objetivo melhorar a coordenação militar entre os combatentes e criar uma liderança única. Com isso, a expectativa deles é de que as potências de fora estejam preparadas para armá-los com armas mais potentes. "O acordo foi selado, eles precisam apenas assinar", disse uma fonte rebelde. Os apoiadores estrangeiros "estão nos dizendo: ‘Resolvam-se e se unam, precisamos de um lado claro e digno de confiança para fornecê-lo armas de qualidade'." A fonte afirmou que o Catar e a Turquia são as principais forças por trás do acordo. Essa é a mais recente tentativa de unir os opositores armados de Assad. A maioria deles luta sob a bandeira do ELS, mas na prática operam de modo independente. A nova liderança incluirá os líderes do ELS Riad al-Asaad e Mustafa Sheikh - criticados por muitos rebeldes porque estão situados na Turquia - e o general que desertou recentemente Mohammad Haj Ali, assim como os líderes dos conselhos militares rebeldes das províncias dentro da Síria, como Qassem Saadeddine, que tem como base a província de Homs. A revolta, que já dura 19 meses, começou com protestos pacíficos e se transformou em guerra civil. Os rebeldes da maioria sunita lutam para derrubar Assad, que é da minoria alauíta. A insurreição também tem atraído os jihadistas sunitas, alarmando as potências do Ocidente e alguns países da região. A desconfiança e as diferenças com relação à liderança, às táticas e às fontes de financiamento aprofundaram as rixas entre as brigadas autônomas espalhadas pela Síria. As fontes rebeldes afirmaram que aumentou a pressão sobre os líderes para que eles se unam, à medida que o levante ameaça se espalhar para os países vizinhos. "Nunca haverá uma união dentro da Síria, a menos que os países que apoiam a revolta concordem, porque cada grupo recebe apoio de um país", afirmou uma fonte rebelde. "Agora, os países estão ficando nervosos e a questão síria se tornou maior do que esperavam e quase saiu de controle." A liderança deverá ser composta por 60 integrantes, que representarão a maioria das forças lutando na Síria, incluindo o grupo rebelde islâmico Frente de Libertação.