DAVOSHaverá a reforma, apesar da resistência, disse ao Estado o presidente do Banco de Compensações Internacionais (BIS, Bank for International Settlements), Jaime Caruana. Foi a declaração mais otimista sobre os planos de reordenação do sistema financeiro, um dos assuntos mais debatidos na reunião do Fórum Econômico Mundial, iniciada ontem. Para justificar sua confiança, Caruana mencionou a disposição do presidente Barack Obama ao apresentar seus planos de enquadramento dos bancos americanos. O BIS, com sede em Basileia, conhecido como banco central dos bancos centrais, foi até há pouco tempo a principal fonte de regras de segurança financeira, adotadas na maior parte pelo Brasil, mas não pelos Estados Unidos. Hoje divide esse papel com o Conselho de Estabilidade Financeira, encarregado pelo Grupo dos 20 (G-20) de estudar as bases da reforma bancária. Caruana participou ontem de um debate sobre o controle de riscos financeiros. Defendeu as linhas de reforma já conhecidas, como exigências maiores de capital, fundos amortecedores de crises, critérios mais severos de classificação de riscos, novos mecanismos de supervisão e atenção ao potencial de danos das grandes instituições. Uma regulação mais ampla é inevitável, admitiram os participantes, mas será preciso, disseram, evitar a motivação política na adoção de regras. Os debatedores apontaram também o risco de regulação excessiva e de engessamento das decisões de negócios.