O governador da Flórida, Charlie Crist, que está em missão comercial no Brasil, cancelou nesta quinta-feira uma reunião com executivos da Petrobras devido aos contatos empresariais da estatal brasileira com o Irã. Em nota divulgada no site do governo da Flórida, Crist diz que o Irã tem um regime terrorista. Para ele, qualquer forma de apoio à República Islâmica é uma ameaça aos Estados Unidos e a aliados como Israel. "Continuaremos seguindo o caminho moral e prudente, não fazendo negócios com companhias que patrocinam o terror e dando um exemplo para todos os outros Estados e nações", disse ele. A Flórida aprovou em junho uma lei que exige que o fundo de pensões do Estado suspenda seus investimentos em empresas que fazem negócios com o Irã e o Sudão. O governo local propôs que outros Estados norte-americanos façam o mesmo. As empresas afetadas pela lei receberam prazo até setembro de 2008 para encerrar seus negócios com Irã e Sudão. George LeMieux, chefe de gabinete de Crist, reuniu-se no Rio de Janeiro com o gerente-executivo da Petrobras, Samir Passos Awad, para explicar a posição da Flórida. A Petrobras mantém algumas atividades de prospecção no Irã. Executivos da estatal anunciaram horas antes que a empresa descobriu uma gigantesca reserva de petróleo, com até 8 bilhões de barris, o que fez o valor de suas ações dispararem. Um porta-voz disse que o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, não tinha reuniões previstas com Crist. O governo Bush é cada vez mais enfático em suas acusações de que o Irã desenvolve armas nucleares e apóia o terrorismo -- o que Teerã nega. O republicano Crist está no Brasil para promover o comércio bilateral e para promover o uso de biocombustíveis. O Brasil já é um importante parceiro comercial da Flórida. (Por Angus MacSwan)