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Resultados apontam vitória de Correa no Equador

Apos 60% de urnas apuradas, presidente levava 50,6% dos votos.

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Por Claudia Jardim

Resultados preliminares no Equador indicam que o presidente Rafael Correa está a caminho de se tornar o primeiro mandatário eleito no primeiro turno nos últimos 30 anos no país. Com 60% das urnas apuradas, Correa obteve 50,62%, seguido do ex-presidente Lucio Gutierrez, com 28,30%, e do empresário Alvaro Noboa, com 12%, segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral. Se o resultado for confirmado, o mandatário equatoriano poderá se candidatar ainda a uma outra reeleição, em 2013, conforme prevê a nova Constituição. Seria, também, a quinta vitória nas urnas do governo, desde que Correa chegou à Presidência do país andino, há dois anos. A eleição de domingo tinha sido determinada pela nova Constituição, aprovada em referendo em outubro do ano passado. Mudanças Se o partido de Correa conseguir a maioria das 124 cadeiras do novo Parlamento, ele deve tentar consolidar as mudanças previstas pela nova Constituição nos setores público e privado, na Justiça, nos meios de comunicação e na regionalização do país. Ao declarar-se vencedor, Correa disse que os equatorianos "fizeram história" ao reeleger o presidente ainda no primeiro turno, depois de uma década de instabilidade política no país. "Essa revolução está em marcha e nada nem ninguém a deterá (...) Hoje se ganha em primeiro turno, é algo inédito, um fato histórico", afirmou Correa minutos depois do anúncio dos resultados das primeiras pesquisas de boca-de-urna. Defensor do "socialismo do século 21", a base de apoio de Correa provém de diferentes classes sociais, diferente do que acontece na Bolívia e Venezuela, cuja base fundamental de apoio são os pobres. Correa disse que está aberto ao diálogo com seus adversários, "mas com aqueles que busquem o bem do país". "Convidamos a todos a fazer acordos políticos pragmáticos",afirmou. Desafios Crítico do neoliberalismo, Correa denunciou durante a campanha que seus adversários foram os responsáveis pela aplicação da abertura comercial e da desregulação estatal que incrementou a miséria e ocasionou a imigração de pelo menos 3 milhões de equatorianos. No novo mandato, Correa tende a manter firme as novas regras de exploração petrolífera que obriga as transnacionais do ramo a repassarem ao governo equatoriano 99% dos lucros acima de um valor pré-determinado em contrato. A legislação anterior previa o repasse de 50% dos lucros. As principais dificuldades que o governo enfrentará, porém, serão de origem externa. Com a crise financeira internacional despencou o ingresso proveniente dos dois principais motores da economia: o petróleo, responsável por 42% da receita nacional e as remessas dos imigrantes equatorianos no exterior, estimado em 1,5 milhão de pessoas. De acordo dados do Observatório de Política Fiscal o envio de dinheiro dos imigrantes poderá sofrer uma redução neste ano de até 30% com relação a 2008, o equivalente a cerca de US$700 milhões (R$ 1,5 bi). No caso do petróleo a redução em relação ao ano passado pode ser de o equivalente a US$8 bilhões (R$ 17 bi). Em 2008, o barril teve uma média de cotação de US$83 (R$181). Esta semana o barril fechou com uma pequena alta de US$48 (R$105). Analistas ouvidos pela BBC Brasil advertem que a escassez de recursos pode afetar a popularidade de Correa e abrir o caminho para a rearticulação da fragmentada oposição. "Os problemas que o país pode enfrentar em consequência da crise podem fazer com que a direita se junte em um bloco contra o governo", afirmou Milton Benitez, professor de Ciências Políticas da Universidade Católica do Equador. Correa, por sua vez, disse que apesar da crise o gasto social continuará tendo prioridade em seu governo e, se preciso for, deixará de pagar a dívida externa para cobrir a receita interna. "Estamos aqui pelos pobres, que ninguém tenha dúvida, nosso compromisso é erradicar a miséria, fazer um país mais justo e equitativo", disse o mandatário em Quito. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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