Revisor do mensalão condena Costa Neto por corrupção e lavagem

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Por Redação
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O revisor da ação penal do chamado mensalão, ministro Ricardo Lewandowski, votou pela condenação nesta segunda-feira do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) por corrupção ativa e lavagem de dinheiro por envolvimento no suposto esquema. O voto segue o do relator do processo, Joaquim Barbosa, que condenou o parlamentar por três crimes -ele é acusado, ainda, por formação de quadrilha, o que vai ser analisado pelo revisor. Três réus ligados ao PL, atual PR, respondem por participação no suposto esquema. Costa Neto e o Bispo Rodrigues eram deputados federais pelo PL e renunciaram ao mandato em 2005 para evitar a cassação. Jacinto Lamas foi tesoureiro do partido e atuava como assessor de Costa Neto. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Costa Neto teria recebido 8,8 milhões de reais com o auxílio de Lamas para votar a favor do governo em matérias na Câmara dos Deputados, em acordo que teria sido fechado com o então ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, apontado como "chefe" do suposto esquema. Os réus teriam recebido dinheiro por meio da empresa Guaranhuns ou do Banco Rural, com o intermédio de Lamas. "A Guaranhuns, ao meu ver, é uma verdadeira lavanderia de dinheiro usada para o repasse de verbas, supostamente para o PL", disse o revisor para justificar a condenação de Costa Neto por lavagem de dinheiro. "Cuidou-se de uma forma permanente e estável de lavagem de dinheiro", disse ele. Para Lewandowski, Costa Neto recebeu "vantagem indevida" do publicitário Marcos Valério, apontado como principal operador do suposto esquema, por causa de sua condição de parlamentar. O revisor disse que Costa Neto "não se limitou a receber de forma dissimulada a vantagem indevida, ele foi além", ao simular negócios jurídicos para dar licitude aos pagamentos. Para Lewandowski, o réu tinha ciência da origem ilícita das quantias que recebia. (Reportagem de Hugo Bachega e Ana Flor)

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