A polícia vistoriou nesta segunda-feira, 3, o Centro de Controle de Operações da Supervia, concessionária que administra os trens do Estado, por cerca de duas horas. O delegado Fábio Pacífico (58ª Delegacia de Polícia - Nova Iguaçu) reuniu-se com a equipe técnica e avaliou os equipamentos. Para Pacífico, a hipótese de falha humana está mais forte, ante a possibilidade de defeito nas máquinas, para explicar as causas do choque entre dois trens que deixou 8 mortos e 101 feridos, na última quinta-feira. O delegado solicitou ainda dados sobre a rotina de trabalho de maquinistas e operadores do centro de controle, a fim de estabelecer se a escala é exaustiva e daria margem para algum erro. A empresa também forneceu o mapa sobre o tráfego de trens, com os intervalos entre as composições, e esclareceu que na tarde do acidente os maquinistas foram avisados sobre o outro trem na linha por sinalização. Não houve comunicação por rádio. Fábio Pacífico espera ouvir nos próximos dias o maquinista do trem de carga, que estava em testes, e já recebeu alta. O condutor do trem de passageiros continua internado em estado grave. O depoimento deles é considerado essencial para esclarecer o que causou o acidente. Dos 101 feridos, 10 permanecem internados em hospitais particulares. As contas estão sendo pagas pela Supervia. As indenizações às famílias dos oito passageiros mortos começaram a ser discutidas a partir desta segunda. Os ferroviários se reuniram na tarde desta segunda, e fazem outra assembléia na terça para oficializar o estado de greve da categoria. Os ferroviários não aceitam os rumos das investigações, que se encaminham para falha humana. "O que nós temos é o desgaste do material rodante, a falta de manutenção com a via permanente. O maquinista recebe ordens. Ele não decide mudar de linha", afirmou o presidente do Sindicato, Valmir Lemos.
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