Dezenas de milhares de russos desafiaram o frio de cão em Moscou no sábado para exigir eleições justas em uma marcha contra os 12 anos de governo de Vladimir Putin, enquanto outros milhares participaram de um comício em apoio ao primeiro-ministro. Manifestantes da oposição também organizaram protestos menores em outras cidades do país, um mês antes da eleição presidencial de 4 de março que Putin deve ganhar. Putin foi presidente de 2000 até 2008, quando conduziu Dmitry Medvedev ao Kremlin por causa de uma proibição constitucional a três mandatos sucessivos como chefe de Estado. Putin então se tornou primeiro-ministro, mas continuou o líder de fato do país. Temperaturas negativas testaram a força e a perseverança de um movimento de protestos de rua, instigados pela suspeita de fraude na eleição parlamentar de dezembro e pelo desânimo entre alguns russos com o plano de Putin de governar pelo menos mais seis anos. Líderes da oposição estão tentando manter a força depois que milhares de pessoas compareceram nos dias 10 e 24 de dezembro nos maiores protestos da oposição desde que Putin foi eleito presidente pela primeira vez, em 2000. "Nós chegamos a um ponto em que não há volta. As pessoas pararam de ficar com medo e viram como são fortes unidas", disse Ivan Kositsky, de 49 anos. Ele disse que Putin "quer estabilidade, mas você só pode achar estabilidade no cemitério". Líderes da oposição disseram que até 100 mil pessoas participaram do protesto em Moscou. A polícia disse que até 90 mil pessoas estavam no comício pró-Putin, a poucos quilômetros de distância, em Moscou. Os manifestantes querem uma nova eleição parlamentar, a libertação de presos políticos, a reforma do sistema político, a demissão do chefe da comissão eleitoral central e o registro de mais partidos políticos.