SAIBA MAIS-Meirelles: de estranho no ninho a estrela do governo

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Por Redação

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, vai se filiar na quarta-feira ao PMDB, informou a assessoria de imprensa da instituição. A filiação, que será oficializada em Goiânia, deixa a porta aberta para uma eventual candidatura nas eleições de 2010. Inicialmente visto com reticências por membros do novo governo, especialmente entre os petistas, ganhou um grande destaque pela maneira como conduziu o BC no enfrentamento da crise financeira global, a maior em décadas. Veja a seguir alguns fatos da história de Meirelles. - Henrique Meirelles, de 64 anos, assumiu o Banco Central em janeiro de 2003, no início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e já é o presidente da instituição a ficar mais tempo no cargo. - Engenheiro com mestrado em Administração, Meirelles foi presidente mundial do BankBoston de 1996 a 1999. Em 2002, foi eleito deputado federal pelo PSDB de Goiás, tendo sido o deputado mais votado do Estado. Renunciou ao mandato e se desfiliou do PSDB para atender ao convite de Lula para comandar o BC. - Quando Meirelles assumiu o BC, a economia brasileira enfrentava uma crise de confiança por incertezas relacionadas à mudança de governo. A taxa Selic estava em 25 por cento ao ano e as expectativas do mercado apontavam inflação acima de 11 por cento em 2003. - O BC elevou a Selic até 26,5 por cento no primeiro semestre de 2003, mas isso não impediu que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechasse o ano em 9,3 por cento, acima da meta ajustada de 8,5 por cento. - A partir do segundo semestre daquele ano, a autoridade monetária deu início a um ciclo de afrouxamento monetário, que levou a economia a crescer 5,7 por cento em 2004. O aquecimento econômico, contudo, ameaçou pressionar os preços e o BC teve que percorrer o caminho inverso a partir de setembro de 2004. - Meirelles teve em Antonio Palocci, primeiro ministro da Fazenda do governo Lula, um aliado. Defensor da autonomia formal do BC, Palocci apoiava publicamente a autoridade monetária. Sucessor de Palocci, Guido Mantega, de perfil mais desenvolvimentista, é um recorrente crítico dos juros elevados. - O Banco Central comandado por Meirelles adotou, desde setembro de 2008, uma série de medidas para que o Brasil enfrentasse a crise global. Nesse período, a Selic caiu para o menor patamar já registrado, de 8,75 por cento ao ano, e os depósitos compulsórios foram reduzidos, entre outras ações. - Com compras de dólar no mercado à vista, o BC fez com que as reservas internacionais atingissem recorde acima de 220 bilhões de dólares. As políticas macroeconômicas do governo, entre as quais o controle da inflação perseguido pelo BC, foram citadas por agências de risco que deram ao Brasil em 2009 o cobiçado grau de investimento.

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