A péssima atuação do Santos no empate sem gols com o Botafogo, ontem, na Vila Belmiro, foi punida com um resultado igualmente ruim. Afobado no ataque e inseguro na defesa, o time santista pouco produziu e tomou alguns sustos. Por fim, o empate deixou a equipe com 36 pontos e afastou ainda mais o sonho de uma vaga na Libertadores.O tropeço veio justamente contra a equipe que mais empatou na competição. O Botafogo, com o 13º empate, também saiu insatisfeito com o resultado, que manteve a equipe na zona de rebaixamento. Sob uma chuva persistente, o Santos jogou a maior parte do primeiro tempo no ataque. A força ofensiva, porém, não se traduziu em muitas chances claras. Com três volantes, o time de Luxemburgo abusou dos cruzamentos na área e dos passes errados no meio-campo. O Botafogo, claramente disposto a segurar o jogo, teve suas melhores chances no contra-ataque e em falhas da zaga santista. Aos 12, Fabão furou ao tentar afastar e, em seguida, puxou André Lima dentro da área, mas o árbitro mandou o jogo seguir, apesar do pênalti claro. Em outra falha, o zagueiro escorregou e armou o contra-ataque para Gabriel, que avançou pela esquerda e desperdiçou ótima oportunidade, em chute para fora. "O nosso propósito era não tomar gol no início do jogo, e conseguimos isso", afirmou o lateral Emerson, do Botafogo. "A gente sabia que o Santos ia vir forte aqui na Vila."No intervalo, o volante Rodrigo Souto pediu mais eficiência no ataque. "A gente teve boas oportunidades, mas faltou sorte na hora de matar o jogo. No segundo tempo, é botar a bola no chão que vamos fazer."Para melhorar o toque de bola, Luxemburgo colocou o meia Madson no lugar de Germano para a etapa final. Xodó da torcida, Madson teve a função de descentralizar as jogadas pelo meio. "A gente pode melhorar pelo lado esquerdo, vamos tentar fazer o que o professor pediu", disse o meia. O time da Vila voltou com mais disposição, mas não menos afobado. Aos 4, teve uma de suas melhores chances com Fabão, em cobrança de falta da entrada da área que parou no travessão. A entrada de Madson deu mais agilidade ao ataque, mas o trio ofensivo formado por Róbson, Neymar e Kléber Pereira não conseguiu se entender. Luxemburgo ainda promoveu as entradas dos jovem Alan Patrick e André para os lugares de Róbson e Rodrigo Souto, respectivamente, mas as alterações surtiram pouco efeito.NEYMAR DECEPCIONAA ausência de Paulo Henrique, que serve à seleção brasileira sub-20, deu a chance a Neymar de iniciar a partida entre os titulares. Apesar do esforço, o garoto não conseguiu mostrar seu melhor futebol contra o Botafogo e deve voltar para o banco de reservas. Luxemburgo, que prega paciência em alçar Neymar à condição de titular, não poupou elogios ao jovem antes da partida de ontem. "O Neymar vai ser um dos melhores jogadores do futebol mundial. Do Brasil, com certeza", disse o treinador. "Mas temos de ter paciência para não queimar o jogador."Já Madson, que iniciou entre os reservas, deu mais fluência à equipe. Mesmo sem uma atuação brilhante, pode ter garantido sua volta ao time titular.
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