Cerca de um 1,5 milhão de pessoas estiveram nas ruas de São Paulo na tarde e na noite deste domingo para participar da 8.ª Parada do Orgulho Gay, segundo estimativa do comando da Polícia Militar. A multidão transformou o evento paulistano na maior parada gay do mundo, batendo, inclusive, a da cidade de São Francisco, na Califórnia (EUA), que liderava o ranking e costuma atrair cerca de 1 milhão de participantes. Os organizadores do evento, mais generosos, calcularam o público em mais de 2 milhões. Sete anos atrás, em 1997, primeiro ano da parada, participaram do evento apenas 2 mil manifestantes. Em 1999, foram cerca de 35 mil, chegando a 120 mil no ano 2000 e a 1 milhão no ano passado. "Somos a maior parada gay do mundo", festejou a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), que manteve a tradição e mais uma vez abriu oficialmente o evento, ao lado do marido, Luís Favre, e do presidente do PT, José Genoino. A parada partiu da frente do Masp às 14h, como estava previsto, depois da execução do Hino Nacional e de um breve discurso da prefeita, em que ela disse que São Paulo é "exemplo de tolerância porque sua população respeita a diversidade e a pluralidade". Uma bandeira gigante com as cores do arco-íris, símbolo dos homossexuais, vinha logo em seguida ao primeiro carro. Outros 25 trios elétricos seguiam o cortejo, separados cerca de 200 metros uns dos outros, tocando música eletrônica a um volume ensurdecedor para embalar os participantes. O tema da família parece ter incentivado a participação dos simpatizantes das mais diferentes idades e opções sexuais. Era possível ver desde carrinhos de bebês até senhores e senhoras que ficavam nas calçadas apenas para ver o cortejo passar. Nos prédios, os moradores da avenida também participavam e jogavam papel picado. Uma das coisas mais impressionantes era a quantidade de pessoas vestindo apenas sungas ou biquínis, apesar do frio de 10 graus que era registrado nos termômetros da Paulista. Não foi à toa que as ambulâncias trabalharam bastante levando alguns participantes, que exageravam na bebida. Foram gastos em toda a organização do evento cerca de R$ 400 mil, recursos que, além de financiar o desfile, bancaram uma série de eventos culturais durante todo o mês de junho. Do total, a Prefeitura arcou com R$ 180 mil, a maior parte dada em infra-estrutura e equipamentos. O restante foi composto principalmente com o dinheiro dos trios elétricos e a venda das revistas do evento.