Representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera (NOAA), dos Estados Unidos, e de serviços meteorológicos de vários países sul-americanos, discutirão nesta quinta-feira o deslocamento da órbita do satélite geoestacionário e meteorológico GOES-10, operado pela instituição americana, para garantir uma melhor cobertura da América do Sul, informa o Inpe. As imagens e dados deste satélite já são fornecidos sistematicamente a instituições de pesquisa e de previsão meteorológica do País, como o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Inpe. No entanto, em determinados momentos, vem ocorrendo perda de regularidade no fornecimento de imagens para a América do Sul. Quando fenômenos meteorológicos de grande impacto surgem no hemisfério Norte, como os furacões que afetam a costa leste dos Estados Unidos, a NOAA costuma priorizar o monitoramento destes eventos, otimizando a capacidade de observação de seus satélites. Com isso, os satélites que cobrem a América do Sul e América Latina, como os da série Goes, ao invés de fornecerem imagens a cada 30 minutos, passam a gerar a cada 3 horas. A possibilidade de melhorar a cobertura da América do Sul vem sendo discutida desde o final de 2004 entre os especialistas do Cptec/Inpe e da NOAA. Com o sucesso do lançamento do GOES-13, em maio, e com a continuidade das operações do GOES-12 para complementar a cobertura do hemisfério Norte, a NOAA deverá colocar à disposição o GOES-10 com total dedicação à cobertura da América do Sul. Desta forma, o subcontinente passará a ter imagens a cada 15 minutos. Outra novidade será a geração de uma extensa gama de dados meteorológicos. O satélite passará a fornecer o perfil vertical da temperatura e umidade da atmosfera a cada hora. Estas melhorias deverão resultar, principalmente, no aperfeiçoamento do monitoramento e das previsões de tempo. Estas mudanças, no entanto, deverão ser implementadas somente a partir de outubro deste ano, quando o GOES-10, após ser deslocado para uma órbita na latitude de 60 graus, estará pronto para ser operado nesta nova configuração.