A Câmara Municipal de Campinas, no interior paulista, solicitou nesta segunda-feira ao Ministério Público a apuração de denúncias que envolvem o secretário municipal de Governo e de Gabinete, Lauro Marcondes. De acordo com o presidente da Câmara, Romeu Santini (PSDB), Marcondes foi acusado de ser sócio de uma empresa de cotas de participação para compra de imóveis que estaria operando irregularmente na cidade. Santini disse que, segundo a denúncia, a empresa Habitações, Empreendimentos, Construções e Participações. (Habteto) não tem autorização do Banco Central para atuar no segmento. ?Pelos documentos, não se trata nem de consórcio, nem de cooperativa. É preciso investigar se a atividade está de acordo com a lei?, afirmou. O vereador disse que caso sejam verificadas irregularidades, poderá ser aberto um inquérito civil ou criminal contra a empresa e seus sócios, entre eles o secretário. Além de Marcondes, são sócios da Habteto o irmão, Joaquim José Marcondes, Pedro Luiz Mateus Manoel e Pedro Brito Cunha. A assessoria de imprensa do Gabinete informou que Marcondes está afastado por procuração da Habteto desde que assumiu o cargo de secretário. Cunha atribuiu a denúncia a questões políticas e garantiu que a empresa opera regularmente. Segundo ele, a Habteto representa um grupo de 300 moradores do bairro Vila União, que está negociando com a Caixa Econômica Federal a melhor maneira de quitar suas dívidas. Nessa situação, há 1,9 mil moradores no bairro, conforme Cunha. Outros 1,3 mil já quitaram as dívidas, mas receberam um novo carnê para pagar outros R$ 18 mil pela casa ou R$ 24 mil pelo apartamento. ?A Caixa alegou que o que eles pagaram até agora não vale nada. Esse absurdo, de os moradores serem obrigados a pagar duas vezes pelo imóvel, a Câmara não pede para investigar?, disse Cunha, afirmando que a Habteto está tentando uma nova negociação com o banco. Segundo o sócio da empresa, o BC publicou em 12 de junho uma resolução determinando que a empresas de cota de participação tenham um autorização especial para operar, mas ele afirmou que a Habteto já solicitou o documento.