Manifestantes invadiram na tarde de hoje o prédio da Reitoria da Universidade de São Paulo (USP), zona oeste da Capital, depois que alguns representantes do Fórum das Seis - que reúne entidades de professores e servidores das universidades públicas paulistas - foram barrados na reunião que aconteceria no local com diretores do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp). Até o início da noite de hoje, alguns desses manifestantes ainda permaneciam no saguão do prédio, enquanto outros discutiam, do lado de fora, se voltariam a ocupá-lo. Durante o período da tarde, alguns chegaram a invadir a sala de Pró-reitoria de Pesquisa. A Polícia Militar informou que o protesto foi pacífico.Em nota, o Cruesp alegou que o Fórum das Seis se recusou a participar da reunião em que seriam tratados temas relacionados à pauta unificada dos professores e demais funcionários da USP, UNESP e Unicamp. A entidade lamentou a invasão ocorrida no prédio da Reitoria da USP e afirmou que uma porta foi quebrada e equipamentos teriam sido levados. "Os representantes das entidades sindicais das Universidades priorizaram a violência no lugar do diálogo, desconsiderando princípios básicos da democracia e desvirtuando a principal finalidade para qual foi agendada a reunião", diz o documento. Os representantes do Fórum das Seis permanecem reunidos na sede da Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp) avaliando que posição irão tomar diante do impasse criado com a não realização da reunião de hoje. Os professores da USP promoveram uma paralisação nesta segunda-feira, mas ainda não têm dados de qual foi a adesão ao movimento.Na semana passada, uma rodada de negociação entre o Fórum e o Cruesp chegou a uma proposta de reajuste de 6,05%, rejeitada pelo Fórum. Os professores pedem um reajuste salarial de 10%. Já os trabalhadores, querem a readmissão de um diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) demitido por atividades sindicais, incorporação de R$ 200 ao salário e 17% de reposição parcial das perdas desde 1989, retirada de processos contra outros militantes e da multa de R$ 346 mil pela ocupação da reitoria em 2007.
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