Sobreviventes acusam guardas após incêndio em prisão de Honduras

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Por IOAN GRILLO E MIKE MCDONALD
1 min de leitura

Sobreviventes de um incêndio que matou mais de 350 presos numa penitenciária de Honduras acusaram guardas de deixarem os detentos morrerem nas celas, e de atirarem nos que tentavam escapar das chamas. "Foi um caos total. As pessoas corriam para salvar suas vidas, tiros eram disparados. As pessoas estavam sendo queimadas vivas", disse o capelão penitenciário Reynaldo Moncada, que chegou ao local logo após o início do incêndio, na noite de terça-feira. A maioria dos detentos da Penitenciária Nacional de Comayagua ainda nem havia passado por julgamento. Rosendo Sánchez, que cumpre pena de 10 anos de prisão por homicídio, acordou com o início do incêndio. Ele escapou do seu pavilhão e disse ter visto guardas atirando em outros detentos que tentavam fugir. "Foi um inferno aqui, ver seus amigos, pessoas que você conhecia bem, queimarem vivas", disse Sánchez. Ele afirmou que a brigada de incêndio levou mais de meia hora para aparecer, e outros sobreviventes disseram que os guardas ignoravam os gritos de socorro. A polícia nega que tenha impedido os presos de fugirem. O diretor de inteligência policial de Honduras, Elder Madrid, disse que o incêndio começou durante uma briga entre dois presos por um colchão - um dos envolvidos ateou fogo ao colchão. Dos mais de cem presos naquele pavilhão, só quatro sobreviveram, segundo Madrid. A procuradoria geral hondurenha disse que 359 presos morreram nesse que foi um dos piores incêndios prisionais já ocorridos no mundo. O local abrigava 852 presos e estava superlotado. Mais da metade deles aguardava julgamento.

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