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Soninha alerta para brechas à corrupção

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Sonia Francine: subprefeita da Lapa

Na gestão do prefeito José Serra (PSDB), Soninha Francine exerceu o cargo de vereadora pelo PT. No final do mandato, deixou o partido, migrou para o PPS e assumiu a Subprefeitura da Lapa durante a gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM). Conhece os dois lados do balcão.

Você teve autonomia para indicar os cargos de confiança ou sofreu pressão dos vereadores?

Sim. Quando o prefeito me convidou, ele sabia que eu precisava trabalhar com pessoas de minha confiança. Vieram cerca de 15 pessoas para trabalhar comigo. Havia pessoas indicadas por outros vereadores. Entrevistei um por um. Os que eram bons continuaram. Os ruins foram embora.

Qual a pressão que um subprefeito sofre no cargo?

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Não é só o subprefeito que sofre pressões. Também sofria pressões enormes como vereadora. Mas com o tempo fui descobrindo que podia lidar com essa pressão sem sucumbir. Algumas vezes, por exemplo, pessoas ligadas ao vereador Antônio Carlos Rodrigues vieram falar comigo aqui na Lapa sobre processos ligados a eles na região. Se a ajuda era legítima e legal, eu dava uma mão. Caso contrário, avisava que não ia poder ajudar. Em nenhum momento ouvi qualquer reclamação por negar ajuda.

Por que as subprefeituras interessam tanto aos vereadores?

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Os motivos eu não sei. Mas existe um amplo espaço para se roubar nas subprefeituras caso o subprefeito esteja mal-intencionado. Principalmente nas coordenadorias de Infraestrutura Urbana e Obras e nas de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (CPDU).

Por quê?

Na primeira coordenadoria são fiscalizados trabalhos como poda de árvores, limpeza de bueiro etc. Eles controlam as ordens de serviço, assinam as medições que definem o total de trabalho feito etc. O que pode ocorrer? Vão duas equipes cortar uma árvore, coloca-se que foram seis. Faz um trabalho x, fala-se que foi 3x. No caso do CPDU é ainda mais complicado. A legislação para reformas, concessão de alvará, habite-se etc. é complicadíssima. Se for cumprir todas as exigências, ninguém conclui uma obra. É nessa frente que se abre espaço para negociar facilidades. Para evitar essas ações, trabalhamos com rodízio de engenheiros, acompanhamos produtividade dos supervisores, mas o desafio é grande.

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