O governo de São Paulo gasta anualmente R$ 1 bilhão para complementar a aposentadoria dos professores - valor suficiente para a construção de 150 escolas técnicas. Como os professores se aposentam com o último salário integral e cinco anos antes da maioria dos trabalhadores, a contribuição feita por eles à previdência é insuficiente para bancar o que têm direito por lei. Os dados são de um estudo inédito que aborda a relação entre aposentadoria precoce do setor educacional e previdência. Uma professora que entrou na rede aos 23 anos pode se aposentar aos 48 recebendo, em média, R$ 1.548. Desses, R$ 785 representam o retorno do que ela contribuiu durante os 25 anos na escola - tempo mínimo para professoras. Outros R$ 763 são subsidiados pelo governo. Como a expectativa de vida da mulher brasileira é de 70 anos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ela receberá o valor por mais 30 anos. O exemplo foi dado com as mulheres porque elas são 90% dos 243 mil docentes do ensino fundamental e se aposentam, em média, aos 50 anos. Além disso, professores são metade do funcionalismo inativo no Estado - o número é parecido no restante do País. ?Entre 20% e 23% do gasto com a folha dos Estados é para o professor aposentado, e esse porcentual crescerá com o envelhecimento da população?, explica o autor do estudo, o economista José Cechin, ex-ministro da Previdência. ?Já no INSS a participação dos professores é muito pequena, e lá eles prorrogam a aposentadoria. A concentração problemática está nas permissões que o funcionalismo público proporciona e que usa para atrair os profissionais?, explica. O trabalho será apresentado esta semana em evento organizado pela Fundação Lemann e pelo Ibmec São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
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