Quarenta e um por cento dos consumidores brasileiros já foram ou estão impossibilitados de fazer compras a prazo por estarem com o nome "sujo", a maior parte deles pertencentes às classes C e D, mostrou um estudo divulgado nesta quarta-feira pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Segundo o levantamento, embora o número inclua pessoas das classes A e B, o maior percentual de representantes de situações de inadimplência está na faixa da população com renda familiar até 3.825 reais, sendo que 13 por cento do total atualmente têm o nome inserido em serviços de proteção ao crédito. "Em casos como do cartão de crédito e dos juros do cheque especial, os custos cobrados ao final superam em muito os do principal utilizado", afirmou o economista do SPC Brasil, Nelson Barrizzelli. "Um conhecimento efetivo sobre esses juros evitaria que as famílias se tornassem inadimplentes pelo uso inadvertido desses instrumentos de crédito." De acordo com a pesquisa, quanto menor a renda, menor o interesse em obter informações sobre o custo das taxas de juros. O levantamento apontou ainda que 64 por cento das famílias com renda até 3.825 reais possuem entre um e quatro cartões de crédito. No caso das famílias com renda acima desse limite, o número é de 77 por cento. "Famílias com poder aquisitivo completamente diferentes têm praticamente o mesmo acesso ao uso de cartões, que atualmente praticam os juros mais altos do mercado", acrescentou o economista. Mais cedo nesta quarta-feira, o Banco Central informou que o estoque de crédito no Brasil acelerou em agosto, em 1,2 por cento sobre julho, melhorando a expectativa de expansão desse mercado para 2012. Mesmo assim, a inadimplência continuou não cedendo. (Por Vivian Pereira)
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